Economia & Negócios

Publicado: Segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Varejo paulista fecha 55,6 mil postos de trabalho em um ano

Dados foram apontados pelo FecomercioSP.

O comércio varejista do Estado de São Paulo abriu, em novembro de 2015, 13.682 novas vagas de emprego formal, consequência de 86.113 admissões contra 72.431 desligamentos, o que resultou em um estoque total de 2,14 milhões de trabalhadores. Apesar do dado positivo visto em novembro - mês que concentra a geração de empregos temporários para o Natal - esse foi o pior desempenho para o período desde 2007. Além disso, no acumulado dos últimos 12 meses, o varejo fechou 55,6 mil postos de trabalho, o que representa uma queda de 2,5% no estoque de trabalhadores em relação a novembro de 2014. É a primeira vez desde 2008 que esse saldo fica negativo no mês de novembro.

Ao avaliar o mercado de trabalho de janeiro a novembro de 2015, o cenário também foi negativo. Foram perdidas 48.260 vagas, representando um decréscimo de 2,2% do estoque de trabalhadores.

Os dados são da Pesquisa de Emprego no Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PESP), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho e Emprego, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no Estado de São Paulo, calculado com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).

Das nove atividades analisadas, sete registraram redução do estoque de empregados em novembro, se comparado com o mesmo período de 2014. Destaques para os setores de concessionárias de veículos (-7,8%) e lojas de vestuário, tecido e calçados (-6,7%). Por outro lado, apenas os segmentos de farmácias e perfumarias (2,5%) e supermercados (0,9%) registraram aumento da ocupação formal.

Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, diante de uma persistente crise econômica que afeta diretamente o consumo das famílias e, consequentemente, o faturamento do comércio, o setor varejista perdeu gradativamente ao longo dos últimos anos a sua capacidade de investir e gerar vagas de emprego no período que antecede o Natal.

A Entidade projeta cenários cada vez mais pessimistas para os próximos meses (principalmente entre dezembro e março), já que parte do orçamento familiar será destinada ao pagamento de despesas de início de ano (IPVA, IPTU etc.), diminuindo a parcela disponível para consumo, o que resultará em receitas de vendas ainda menores e, consequentemente, saldos ainda mais negativos nas movimentações do mercado de trabalho do varejo paulista.

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