Economia & Negócios

Publicado: Terça-feira, 17 de novembro de 2015

Varejo do Estado de SP volta a eliminar postos de trabalho em setembro

No mês, foram encerradas 7.968 vagas.

Após o saldo positivo de agosto, o comércio varejista do Estado de São Paulo voltou a eliminar postos de trabalho em setembro. No mês, foram encerradas 7.968 vagas em razão de 76.362 admissões contra 84.330 desligamentos, o que resultou em um estoque formal de 2.129.622 empregados, - valor 0,4% inferior ao registrado no mês anterior. Nos primeiros nove meses do ano, foram fechados 60.848 postos de trabalho no varejo paulista. Em relação a setembro do ano passado, são 38.038 empregos a menos, o que levou a uma retração de 1,8% no estoque de empregados formais nesta base de comparação.

Os dados são da pesquisa realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho e Emprego, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) e o impacto do seu resultado no estoque estabelecido de trabalhadores no estado de São Paulo, calculado com base na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS).

Segundo a assessoria econômica da Federação, o cenário do emprego no varejo continua se agravando e, desde maio, o estoque de trabalhadores está abaixo da quantidade verificada nos mesmos meses do ano anterior. Em agosto, a queda interanual era de 1,3% e, em setembro, acelerou para -1,8%. Outro agravante foi o número de trabalhadores admitidos no mês (76.362), o menor desde abril de 2009.

Das nove atividades analisadas FecomercioSP, sete registraram eliminação de vagas em setembro em relação ao mesmo mês do ano anterior, sendo que as quedas mais expressivas da ocupação formal, mais uma vez, foram observadas nos segmentos de Concessionárias de veículos (-7,5%) e Lojas de eletrodomésticos e eletrônicos e lojas de departamentos (-5%).

Apenas os setores de Farmácias e perfumarias e de Supermercados, que ainda registram crescimento das vendas, apresentaram aumento no montante de empregados em relação a setembro do ano passado (2,7% e 1,3%), respectivamente.

A assessoria econômica da FecomercioSP aponta que o desempenho do mercado de trabalho no varejo paulista é reflexo direto da retração no consumo das famílias e aumento dos custos operacionais para os empresários. A expectativa é que o cenário não se altere a curto prazo, e os próximos dois meses devem registram saldo positivo por causa das contratações temporárias do fim de ano. Ainda assim, os resultados devem ser inferiores aos observados no final de 2014.

Rotatividade de quase 100% em dois anos

O varejo paulista em setembro teve rotatividade mensal próxima aos 4%, sendo que os maiores índices se mantêm nos Supermercados e nas Lojas de vestuário, tecido e calçados. Nos últimos doze meses, a rotatividade foi de praticamente 50%, o que significa que, em média, a cada dois anos o comércio varejista do Estado renova praticamente 100% do seu quadro funcional.
Na análise da Entidade, um dos principais desafios do varejo, especialmente em um momento de recessão, é a elevada rotatividade da mão de obra, dado o alto custo de contratar ou desligar funcionários. Por isso, a FecomercioSP defende a flexibilização das relações trabalhistas, uma vez que a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é extremamente engessada, e acordos entre empregados e empregadores nem sempre são aceitos pelo Poder Público, desagradando os interessados e prejudicando a economia.

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