Economia & Negócios

Publicado: Segunda-feira, 16 de março de 2015

Faturamento do comércio paulista recua 2,8% em 2014

Apontamento é de pesquisa feita pela FecomercioSP.

O comércio varejista paulista encerrou 2014 com retração de 2,8% no faturamento real na comparação com 2013, alcançando vendas totais de R$ 530,6 bilhões. No ano, os maiores resultados negativos vieram das atividades que comercializam bens duráveis dependentes de crédito, com maior ênfase nas concessionárias de veículos e nas lojas de eletrodomésticos e eletrônicos. Os dois segmentos apresentaram retrações anuais acima de 16%. Por outro lado, os melhores desempenhos no ano foram observados nos setores ligados aos bens essenciais, como farmácias e perfumarias (6,5%), combustíveis (dentro do segmento outras atividades, com alta de 4,3%) e supermercados (2,2%).

Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) a partir de informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz).

Na avaliação da assessoria econômica da FecomercioSP, a inflação crescente e concentrada em alimentos e serviços essenciais, ao lado de um cenário econômico com crescimento cada vez menos promissor - dois elementos que ameaçam a manutenção de renda e emprego - minaram gradativamente a confiança dos consumidores e empresários desde o fim de 2013. Com isso, as famílias reduziram o consumo de bens dependentes de crédito, já que esse tipo de aquisição depende muito do nível de confiança do comprador em relação à sua renda e emprego, pois compromete o orçamento futuro.

Diante desse cenário, e com a tomada de medidas contracionistas, não é possível antever o início de um ciclo de recuperação do consumo nos próximos meses. Dados já disponíveis da produção industrial, de desemprego, crédito e vendas de automóveis apontam para a continuidade de queda nas vendas em janeiro de 2015.

Estimativas da assessoria econômica da FecomercioSP apontam no momento que o comércio em 2015 tende a mostrar nova retração de vendas com taxa de queda ao redor de 2%.

Resultado mensal

Na análise da receita apurada apenas em dezembro de 2014, as vendas do varejo paulista registraram queda de 4,6% comparativamente ao mesmo mês do ano anterior, somando um valor de R$ 52,9 bilhões.

No mês, oito das dez atividades pesquisadas registraram queda nas vendas na comparação com dezembro de 2013. Os maiores destaques negativos foram vistos nos setores de lojas de vestuário, tecidos e calçados (-14,3%); de lojas de móveis e decoração (-9,6%); e de concessionárias de veículos (-9,2%). Essas três atividades, juntas, contribuíram com 3,3 pontos porcentuais para a queda do varejo total, de 4,6% no mês. Resultados positivos ficaram restritos apenas às farmácias e perfumarias (4,4%) e às lojas de departamentos (0,6%).

As taxas mensais negativas foram registradas em 14 das 16 regiões do Estado e, em termos anuais, foram detectadas quedas em 12 regiões e crescimento residual em apenas quatro delas. Tanto na variação mensal quanto na anual, a região do ABCD liderou negativamente o ranking geográfico, com quedas de 11% no mês e de 8,1% no ano.

Nota metodológica

A Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV) utiliza dados da receita mensal informada pelas empresas varejistas ao governo paulista por meio de um convênio de cooperação técnica firmado entre a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz) e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

As informações, segmentadas em 16 Delegacias Regionais Tributárias da Secretaria, englobam todos os municípios paulistas e dez setores (autopeças e acessórios; concessionárias de veículos; farmácias e perfumarias; lojas de departamentos; lojas de eletrodomésticos e eletrônicos; lojas de móveis e decoração; lojas de vestuário, tecidos e calçados; materiais de construção; supermercados; e outras atividades).

Os dados brutos são tratados tecnicamente de forma a se apurar o valor real das vendas em cada atividade e o seu volume total em cada região. Após a consolidação dessas informações, são obtidos os resultados de desempenho de todo o Estado.

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