Opinião

Publicado: Quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Tributo a Itu

Por Ditinha Schanoski.

Crédito: Jéssica Ferrari/Itu.com.br Tributo a Itu
"Itu tem relíquias em toda parte, como um mosaico que juntando as pedrinhas vão-se transformando em verdadeiras obras de arte"

Não vou lhes falar de Itu como a Roma Brasileira!

Não vou falar dos seus filhos ilustres, nem de Padre Antonio Pacheco da Silva e Padre Bento Dias Pacheco, verdadeiros santos de suas épocas nos cuidados com os leprosos.

Não seria capaz de expor tamanha riqueza da Matriz Nossa Senhora da Candelária, maior monumento barroco paulista com toda sua beleza. Como também o Museu Republicano com a grandiosidade de seus azulejos, seus documentos e a relíquia da Sala da Convenção...

Tudo isso, estudiosos e historiadores já o fizeram com reverência e amor filial.

Nem teria palavras para descrever pessoas queridas: Dr. José Carlos Safi, Maria Luiza, Karen, Anna Carolina, Cordélia Ianni, Dona Lourdinha Oliva, os Doadores da Alegria, o Grupo de Voluntárias, Capitão Octávio Cintra, Maria Célia Bombana que segue construindo verdadeiras obras de arte.... Onde estão? Certamente cumprindo alguma missão...

Esta é nossa Itu sem igual! Orgulho do povo ituano! Itu que desejamos e queremos.

Meu pensamento voa para o tempo de estudante. Alguns iam para o Instituto Borges de Artes e Ofícios. As famílias de maior posse colocavam suas filhas no Colégio do Patrocínio e, a grande maioria, ia para o majestoso Instituto de Educação Regente Feijó.

Mas o colégio está em silêncio.

Procuro em vão! Onde está o Professor João dos Santos Bispo? Não o vejo! Quanta saudade de seus passos lentos, sua estatura pequena: Um gentleman da Educação!

Sinto falta do Professor e Diácono João Antonio Motta Navarro, Nenita Navarro, Jornalista Ednan Mariano Leme da Costa, Ismael Nunes, do Monsenhor Camilo Ferrarini, Monsenhor Mário Negro... e, tantos outros de lembranças tantas.

Em seis meses, tivemos três perdas muito dolorosas: “Partiram fora do combinado”, como bem diz Rolando Boldrin. Reginaldo Croco, João Gonzales e Antonio Guarnieri. Saudade!

Uma cidade histórica tem um passado rico de acontecimentos e com passagem de muitos filhos ilustres e, tantos outros, não tão ilustres, mas que souberam fazer história dentro dela.

Itu tem relíquias em toda parte, como um mosaico que juntando as pedrinhas vão-se transformando em verdadeiras obras de arte.

Mas, a minha alma trás o peso das lembranças. Quando criança as festas religiosas eram esperadas com ansiedade. Ver e assistir ao desfile de carroças de bois, carregadas de ofertas para a festa do Divino, ocasião em que a cidade se reveste de vermelho simbolizando as cores do Espírito Santo.

Neste momento prendo-me ao Império do Divino montado anualmente, na residência da Família Oliveira. Durante 27 anos, o engenheiro Dr. Jair de Oliveira, com suas mãos hábeis e generosas, produzia todo o encantamento de tradição da solenidade. Que pena isso ter acabado, não será mais na residência da família...

Sentimento de dor e tristeza ao ouvir o Sermão das Sete palavras na Igreja do Bom Jesus e o Ofício das Trevas na Igreja do Carmo, o som da matraca anunciando o quanto foi grande o sofrimento de Jesus; o estouro do Judas, a festa do Glorioso São Benedito com a corte dos negros com rei e rainha; as procissões com o acompanhamento da Banda União dos Artistas e a Banda do Carmo.

Quantas lembranças!

Mas, nas comemorações dos 405 anos de Itu (2015), é tempo de renovar nossas esperanças e readquirir o orgulho de ser ituano.

Que em nossas diversas áreas de atuação tenhamos a coragem de prosseguir na vida associativa, na vida pública de modo a fazer progredir a nossa sociedade na justiça e na paz. É juntos que construiremos a sociedade de amanhã.

Acredito em Deus e, acredito também nos ituanos de origem e de coração que trabalham sério para a “Glória de um grande amanhã”.

É esta a Itu que queremos!

Ditinha Schanoski é jornalista e colaboradora do jornal "A Federação", membro da Academia Ituana de Letras (ACADIL) e da Associação Grupo de Voluntárias dos Clubes de Mães de Itu (Agvcmi).

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