Cultura

Publicado: Sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Tradição caipira é tema de atividades na Semana da Cultura de Itu

Ações ocorreram no Espaço Fábrica São Luís.

Crédito: Renata Guarnieri/Prefeitura Itu Tradição caipira é tema de atividades na Semana da Cultura de Itu
Apresentação de Nenê do Cururu e os violeiros

Como parte da Semana da Cultura e Incentivo à Leitura, no dia 6 de novembro, o Espaço Fábrica São Luís recebeu algumas atividades realizadas pela Prefeitura de Itu, por meio da Secretaria Municipal de cultura com o apoio do Instituto Cultural e do Museu da Música. Na ocasião, a “Tradição caipira do Cururu” foi apresentada aos alunos da Escola Municipal de Iniciação Artística (Emia) “Manolo Santoro” junto com uma oficina de cultura popular que enfatizou os registros da dança Indígena e sua relação com o sagrado, além de uma apresentação de Cururu.

A oficina, aplicada pelo cientista social Alessandro Oliveira, demonstrou por meio de filmes como a dança indígena foi utilizada pelos jesuítas para catequese. Oliveira contou que nos registros de Antonio Candido, a respeito do Cururu, há uma descrição de um ritual indígena no qual os índios dançavam pulando uma fogueira. Esta dança era uma celebração que recordava um dos mitos indígenas a respeito do surgimento do fogo. No mito, colhido por Nunes Pereira entre os índios Cauaiua-parintintim, um índio, Baíra, engana o Urubu roubando-lhe o fogo. Conforme esta história, Baíra precisa atravessar o fogo por um enorme rio e para isso conta com a ajuda de vários animais como a cobra, o caranguejo, o camarão e a saracura, mas somente o sapo cururu consegue atravessar o rio e levar o fogo para os Cauaiuas.

Esta dança religiosa foi incorporada as festas portuguesas de devoção ao Espírito Santo, mas logo foi rejeitada pela ortodoxia católica. Com o tempo ela passou a vigorar como parte profana da Festa do Divino e acompanhar os violeiros que cantavam nas procissões do Divino. Com o tempo a dança desapareceu ficando apenas os violeiros e seus repentes.

Em seguida, na oficina oferecida pela artista plástica Sylvia Helena Prock, os alunos criaram ilustrações do mito indígena da origem do fogo por meio de técnicas de gravura usando couro e tinta. Os alunos recriaram as imagens do sapo, da cobra, do índio, do rio e do fogo que ficaram expostas em um varal no ateliê da artista.

Após as oficinas aconteceu uma apresentação de Nenê do Cururu e os violeiros que, além do repente, cantam e tocam música de raiz. Com músicas já bastante conhecidas por todos, religiosas e improvisadas a apresentação divertiu e encantou a todos com os desafios realizados entre os músicos que, inclusive, citaram os nomes de todos os presentes durante uma das cantorias.

A Semana da Cultura e Incentivo à Leitura segue até o dia 16 de novembro. Veja a programação!

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