Proprietária da Fazenda Capoava recebe a mais alta condecoração do governo do Estado de SP

Crédito: Roberta Molteni

A proprietária da Fazenda Capoava (Itu-SP) Maria Alice Setúbal (Neca) recebeu nesta segunda-feira, dia quatro de abril, uma Medalha de Outorga da Ordem do Ipiranga, a mais alta condecoração dada pelo governo do Estado de São Paulo. A homenagem é prestada às pessoas que contribuíram em alguma área de atuação para o Estado. No dia do evento, foram entregues três comendas: para o desembargador Jose Elias Tâmara, para Raul Cortez o título de Comendador e para Neca Setúbal o título de Oficial da Ordem.

“Só me dei conta da importância da homenagem durante a cerimônia, que foi muito legal. Fiquei bastante emocionada e feliz por esse reconhecimento”, comentou a homenageada. O reconhecimento refere-se ao trabalho que Maria Alice tem desenvolvido na educação pública, junto ao Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária) e com o projeto Terra Paulista, que foi muito elogiado pelo governador Geraldo Alkmin.

O envolvimento de Maria Alice com projetos que resgatam a cultura brasileira, aliada a ações educativas, reflete-se também no posicionamento sócio-cultural da Fazenda Capoava, que promove todos os meses eventos desta natureza. Em março, a exposição Mulheres da Terra mostrou o modo de vida, as aspirações e a hierarquia das mulheres nas fazendas paulistas desde o início do século XX. Neste mês de abril, a fazenda traz para bem próximo dos hóspedes a cultura indígena através de conversas com os índios Werá, de origem Tupi, e Laércio, da tribo Kariri-Xocó, além de receitas de comidas indígenas, exposição de fotos e ingredientes indígenas no espaço cultural.

Terra Paulista

O objetivo do “Terra Paulista” é descrever, analisar, organizar e tornar público um acervo do legado das artes, das tradições e do cotidiano paulista que contribuíram para a formação do Estado até meados do século XX. Pretende oferecer a professores, estudantes e às pessoas em geral dados sobre a história e a cultura que permitam ao mesmo tempo a valorização de suas riquezas e um olhar crítico que aponte para novas possibilidades de criação.

A perspectiva é de que o Terra Paulista: histórias, arte, costumes seja uma formação histórico-cultural do Estado, tendo em vista seus conflitos e as marcas deixadas pela sua diversidade, reconhecendo e valorizando suas experiências. A memória faz a ponte entre a tradição, o passado e o presente, sendo que os laços da identidade cultural estimulam o sentido de pertencimento cotidiano a uma sociedade. Neca Setúbal explicou como tudo começou: “O Terra Paulista tem origem em minha mudança para o interior de São Paulo, com o objetivo de implementar um projeto de turismo na Fazenda Capoava, uma propriedade histórica do século XVIII, que tinha como uma das propostas centrais o turismo cultural. A partir das pesquisas realizadas, percebi nosso desconhecimento sobre a história e o patrimônio cultural paulista”. Assim, Neca convidou antropólogos, cineastas, historiadores e pedagogos como Maurício Érnica, Sérgio Roizenblit, Paulo César Garcez Marins, Jorge Miguel Marinho, Luís Roberto de Francisco, Alberto T. Ikeda, Américo Pellegrini Filho, Anicleide Zequini, Anamelia Bueno Buoro, entre outros, para realizar a pesquisa a partir de um olhar crítico e da valorização da diversidade dos agentes que fazem a história do estado.O projeto seguirá com o lançamento oficial de livros, hot site e documentários numa série de eventos da capital paulista.

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