Cultura

Publicado: Quinta-feira, 30 de abril de 2015

Poema sinfônico "O Velho Chico" será apresentado no Temec

Concerto acontece no dia 9 de maio, às 20 horas.

Crédito: Reprodução Poema sinfônico "O Velho Chico" será apresentado no Temec
O poema sinfônico "O Velho Chico

No dia 9 de maio, às 20 horas, no Teatro “Maestro Eleazar de Carvalho” (Temec), a OFI – Orquestra Filarmônica de Itu receberá a première mundial do poema sinfônico “O Velho Chico”, baseado no drama e alegrias da vida nordestina inspirados em seus ritmos e melodias, numa homenagem a Luiz Gonzaga, sua música e sua gente englobando a saga nordestina.

O poema sinfônico “O Velho Chico” é baseado num roteiro e poesia de Miriam Benayoun. Ele foi composto pelo internacionalmente reconhecido flautista Edson Beltrami, a pedido da escola de música Eleazar de Carvalho, entidade que há 15 anos se dedica a formação de jovens de família de baixa renda.

Para este concerto, a OFI contará com a presença de 42 integrantes, formada por alunos, ex-alunos, professores e músicos convidados, e a regência estará a cargo do maestro e compositor Edson Beltrami. Também haverá a presença especial de dois berranteiros e um sanfoneiro.

Programa:

1º Movimento - Lento
A Vida Nordestina
Inicia-se com solo flautim ao longe no tema da introdução de Asa Branca, segue-se uma flauta, mais outra, outra, o clarinete, o oboé um após o outro todos juntos com o fagote, em uma imensa e alegre revoada de pássaros. Ao fundo houve-se um suave vibrato com o tema principal marcando a presença do Rio São Francisco correndo mansamente. Instrumentos de percussão suaves, aumentando o volume do rio. No estilo do “Rio Moldava” de Smetana. Destaca-se um solo de cello com fragmentos do tema principal, lentamente introduzindo o cotidiano do sertão.
As galinhas no terreiro: o piar alegre do flautim.
As crianças – introduzindo temas infantis, cirandas, etc (como Debussy no “The Children’s Corner Suite”) temas sutilmente mesclando-se com o tema do rio.
As cordas vão aumentando o volume do tema principal dominando a presença do Velho Chico, cheio e rápido. Ao fundo as madeiras e metais marcam a presença dos pássaros, num final um pouco caótico e grandioso.

2º Movimento - Lento
A seca
Inicia-se com as cordas em baixo volume com o tema principal. Estabelece-se um diálogo com poucos pássaros: flautim, flauta, oboé, que vão sumindo aos poucos.
As cordas vão sumindo, restando apenas um solo de violino com variações sobre o tema, num andante, que é o caminhar pesado dos retirantes. Entram os cellos e contrabaixos sombriamente aumentando o volume a medida em que mais e mais sertanejos vão partindo num êxodo inevitável. O tema do Velho Chico vai desaparecendo deixando seu leito seco e a terra árida. Predominância dos graves.
A morte pairando no ar com um suave vibrato de contrabaixos em diálogo com o cello e fagote na surdina indo e siando hesitante do tema principal, num diálogo exprimindo a tristeza da terra e do povo. Acaba-se este movimento com um flautim e clarinete, que vão se calando aos poucos, pois até os pássaros se vão.

3º Movimento – Adágio
A Volta das Águas
Inicia-se com a volta lenta e progressiva dos pássaros- madeiras e metais, com variações sobre o tema.
Chegam as 1ªs chuvas: raios, trovões (temos alguns instrumentos de sonoplastia), tímpanos, pratos etc. O xilofone inicia as primeiras gotas.
Renasce o sertão: o mato, os bichos, o retorno do sertanejo, e o Velho Chico retornando sua trajetória iniciando com um solo de violino (um fio de rio) crescendo entrando todas as cordas, metais e madeiras, progressivamente chegando a um hino à glória do Velho Chico que fala mais alto através de um cello e trompa, que se destaca em meio a esta explosão musical como tema principal.
O rio cresce a maneira do Moldava quando encontra o mar.

4º Movimento - Allegro
Forró
Neste movimento saímos da abordagem puramente sinfônica para entrar em cheio nos ritmos nordestinos: chachado, baião, etc (a maneira do Mourão de Guerra Peixe), explorando o tema Asa Branca e pelas laterais outros temas populares, que aparecem aqui e acolá, ligeiriamente encobertos pela Asa Branca ao fundo.
Introduz-se 2 ou 3 sanfonas que foram com a orquestra, 1 cantor ou cantora , ou os dois, criando-se uma sonoridade sinfônica nordestina e a variação ambiental de um forró.
Termina-se o poema a maneira do final da sinfonia novo mundo de Dvorak, grandioso, alegre em ritmo nordestino com toda a orquestra, sanfonas e cantores.

Serviço:
Poema sinfônico “O Velho Chico”
Data: dia 9 de maio, às 20 horas
Local: Temec
Endereço: Rua Cuiabá, 61 – Bairro Brasil
Valor: R$ 20,00 (inteira) e R$ 15,00 (estudantes, professores, aposentados)
Toda renda será utilizada na manutenção do projeto Escola de Música Eleazar de Carvalho
Informações: (11) 4022-0206

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