Cultura

Publicado: Quinta-feira, 17 de maio de 2012

Museus contemporâneos: inovando a arte de conhecer

Em Itu, o Museu da Energia é um exemplo de interatividade.

Museus contemporâneos: inovando a arte de conhecer
Um exemplo dessa linha de instituição, em São Paulo, é o Museu do Futebol
Por Marília Monteiro

Responda sinceramente: você gosta de ir a museus? Quando te dizem esta palavra, logo pensa em objetos antigos e intocáveis, aquela cara de paisagem e meia ou uma hora do fim de semana em que você poderia estar deitado no sofá e vendo o jogo ou a novela?
 
A maioria das respostas vindas de uma nova geração de pensamentos seria “Não”.
 
Mas erra feio quem ainda pensa que todos os museus são “parados” e desinteressantes. Para começar, mesmo os mais conservadores são importantes e atraentes, preservando e tornando mais próximo do nosso dia a dia diversos períodos históricos, sejam eles da humanidade, de um determinado lugar, da natureza ou do planeta.
 
Por outro lado, novos museus estão sendo criados com um novo conceito na tal “sociedade moderna”, fazendo com que o visitante participe mais do tema proposto, interaja, brinque, olhe, escolha, ouça, toque e se aproxime ainda mais da história. São os chamados “museus interativos”, que ganham cada vez mais espaço nas cidades do Brasil.
 
Uns exemplos dessa linha de instituição, em São Paulo, são o Museu da Língua Portuguesa, o Museu Catavento Cultural e o Museu do Futebol.
 
Em Itu, há o Museu da Energia, que conta de forma divertida, a história da energia na cidade. As crianças se divertem com jogos que as ensinam o bom uso da eletricidade em suas casas. Os adultos também podem aprender junto, além de relembrar algumas cenas da ‘casa dos avós’, com os objetos curiosos ali expostos.
 
Para Antonio Marcos Passos, museólogo e ex-coordenador do Museu da Energia de Itu, não basta apenas o museu ter brincadeiras e jogos para ser interativo. “É necessário que o museu tenha um projeto interativo como base, além de educadores que expandirão esse processo de conhecimento do visitante”. E completa: “É importante profissionalizar cada vez mais essa comunicação, respeitando o conhecimento que o visitante traz e o conhecimento que aqui existe”.
 
Ou seja, a interatividade do museu vai muito além de objetos falantes; é uma maneira de atrair mais facilmente a atenção do visitante em relação ao tema proposto pela instituição. “Não basta ter tecnologia, sem ter um projeto educacional coordenando cada área do museu”, explica o museólogo.
 
Antonio Marcos diz que são poucos os museus que podem carregar o nome “interativo”, pois a maioria prefere inovar na tecnologia e criatividade, o que às vezes ofusca a real curiosidade do material exposto. “Apesar disso acontecer, acredito que daqui alguns anos a maioria dos museus terão um bom projeto educacional, pois estamos num processo de mudança sobre o conceito de museu”, afirma com uma visão positiva diante desse período de transição.
 
Dentro da ideia de inovar, o dia 18 de maio comemora o Dia Internacional dos Museus e traz um convite a todos que ainda não mudaram de opinião; e aos que mudaram, é uma porta aberta para novos conhecimentos.
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