Opinião

Publicado: Quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Horário de verão sinaliza economia e qualidade de vida

Por Marco Antonio Villela de Abreu.

Horário de verão sinaliza economia e qualidade de vida
"A medida tem como objetivo principal a redução da demanda máxima do Sistema Interligado Nacional no período de ponta(...)"

O Horário de Verão começa a meia-noite de sábado, dia 18 de outubro, ou seja à zero hora de domingo os relógios devem ser adiantados em uma hora nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Distrito Federal. O Horário de Verão está incorporado à cultura das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e o brasileiro já se acostumou com essa medida que vem sendo adotada desde 1985. No Brasil, o horário de verão foi instituído pela primeira vez em 1931, foi reeditado por mais dois anos, ficando sem utilização até o ano de 1949. A partir daí, mais quatro edições foram lançadas. Na década de 60, vigorou por cinco anos subsequentes – de 1963 a 1968. A sociedade brasileira passou a conviver rotineiramente com o horário especial a partir de 1985. Com a 44a edição deste ano, o Brasil registra a 33a aplicação consecutiva da medida.

A adoção do horário especial durante o verão atende a necessidade conjuntural de oferta de energia elétrica, contribuindo para otimização da capacidade de fornecimento do sistema elétrico do país, e também a expectativa da população que já se conscientizou que é uma boa oportunidade para investir na melhoria da qualidade de vida. Isso se deve ao tempo maior de luz natural que propicia mais tempo para atividades físicas ao ar livre e lazer. A medida tem como objetivo principal a redução da demanda máxima do Sistema Interligado Nacional no período de ponta, que se estende, normalmente, das 18 às 21 horas. O fato de se adiantar os relógios em uma hora contribui para poupar o sistema elétrico de riscos desnecessários como, por exemplo, o de sobrecarga. O ganho mais importante consiste na diminuição do carregamento de energia nas linhas de transmissão e subestações no período do dia em que se tem o maior consumo.

É nesse momento que o sistema atinge o seu pico de carga, ou seja: todos aumentam o consumo de energia ao mesmo tempo. Nesse período, entra em funcionamento o serviço de iluminação pública nas cidades, são acionados luminosos comerciais e aumenta o consumo de energia elétrica nas residências, pela maior utilização de chuveiros e aparelhos como ar condicionado. Com o Horário de Verão, há um deslocamento nos horários em que o consumidor faz uso da energia elétrica, pela mudança de hábitos na população e pela entrada tardia da Iluminação Pública no sistema. Em vez de acionar os eletrodomésticos em casa, uma parcela substancial da população opta pelo lazer ao ar livre, porque a iluminação natural perdura por mais uma hora, sinalizando um aumento na qualidade de vida.

Além desse efeito há ainda, é claro uma benéfica queda no consumo, ou economia de energia. A CPFL Piratininga estima uma redução da ordem de 0,4% no consumo de energia elétrica nas 27 cidades de sua área de atuação. Essa economia de consumo alcançará 20.909 MWh, volume suficiente para atender uma cidade do porte de Sorocaba durante 3 dias, ou Santos por 5 dias. No período de pico, há expectativa de uma redução de 0,8% na demanda de energia. Adotado em mais de 30 países, o Horário de Verão já é uma medida aprovada por grande parte da população, consciente de que, com a alteração de hábitos cotidianos, pode alcançar bons resultados. O início de mais um período do Horário de Verão deixa a lição de que com pouco esforço é possível obter mais qualidade de vida e soluções que beneficiam uma coletividade.

Marco Antonio Villela de Abreu é diretor de Operações da Distribuição, CPFL Energia.

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