Animais

Publicado: Quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Dia dos animais - Relação homem x animal

A ausência ou o excesso de atenção criam problemas.

Dia dos animais - Relação homem x animal
"Olhe no fundo dos olhos de um animal e, por um momento, troque de lugar com ele... em determinado ponto eles são nós e nós somos eles" (Philip Ochoa)
Por Jéssica Ferrari
 
No começo, a relação animal x humano era apenas por necessidade. Os cães vigiavam aldeias, ajudavam a caçar e pastorear; gatos eram bem-vindos por exterminar ratos e outras pragas; os pássaros alegravam as casas; os bovinos serviam como meio de locomoção e os demais animais eram para consumo alimentar ou contribuíam para a produção de outros alimentos. Mas com o tempo alguns bichos começaram a ser domesticados, e hoje, alguns deles, já são até considerados membros da família.
 
Na Europa e nos Estados Unidos, o percentual de donos que consideram seus bichos como familiares chega a 30%. No Brasil, de acordo com pesquisas da multinacional francesa Evialis, uma das maiores fabricantes de alimentos para animais de estimação no mundo, esse índice ainda é de 10%, mas vem aumentando a cada ano.
 
O Brasil é o segundo país com a maior população de animais domésticos, atrás apenas dos Estados Unidos: são 42 milhões de cães e gatos, e 4 milhões de outros pets. E esse número aumenta ano a ano. Esse crescimento reflete a importância que os bichos passaram a ter no bem-estar dos humanos.
 
“Humanização”
 
Hoje em dia os humanos procuram muito mais a companhia de um bichinho do que de um outro ser humano. O motivo é fácil de explicar. Os animais não reclamam, não possuem problemas, e não te pedem nada além de um pouco de carinho e atenção. “A única coisa em ‘jogo’ na relação homem-animal, é a companhia um do outro, sem nenhum interesse material ou financeiro”, comenta Vanessa Candiani Mendes, agente de relacionamentos e dona de dois cãezinhos.
 
Com essa relação tão especial fica fácil cometer exageros de mimos e desejar que seu bichinho seja como você, um humano! Muitos são os acessórios disponíveis no mercado para animais: roupinhas de todos os modelos, brinquedos como pelúcias, lacinhos, gravatinhas e até calcinhas higiênicas.
 
A demonstração de que os animais estão cada vez mais “humanizados”, não fica só nos acessórios. Segundo a veterinária Daniela Campana, proprietária da Ariza Pet Shop, muitos donos não deixam seu cão correr na grama, raspar a terra, ou mesmo latir, pois não querem que os bichinhos sujem as patinhas ou a roupinha. “Outros preferem que seus animais tenham cria numa clínica veterinária, ao invés de ter seus filhotinhos em seu próprio habitat, onde se sentiriam melhor e teriam mais calma por conhecer o lugar. Existem também aqueles donos que ‘casam’ seus animais, o que é um absurdo, pois eles não são humanos, são animais, e agindo assim as pessoas estão querendo ‘humanizar’ seus bichos”.
 
Como todas as relações afetivas, a ausência ou o exagero de atenção criam problemas, e no caso dos animais causam alterações de comportamento.
 
Segundo uma reportagem publicada na revista Veja (2007), muitos cães que passam os dias confinados em apartamento, empanturrando-se de comida, tornam-se obesos e sofrem de depressão. No início de 2007, a Food and Drug Administration (FDA), agência que controla a venda de alimentos e de remédios nos Estados Unidos, deu aval a dois novos medicamentos para cães. O primeiro deles pretende combater a obesidade canina e atua de maneira análoga à de alguns inibidores de apetite vendidos em farmácias, que limitam a absorção de gordura no intestino. O outro medicamento é uma goma de mascar com irresistível (para os cães) sabor de bife, que traz na composição a fluoxetina, a mesma substância do antidepressivo Prozac.
Jéssica Ferrari / www.itu.com.br

Comportamento humano
 
Com tantos mimos e excessos de atenção, os animais estão ficando sem limites. “Nós humanos, quebramos a ideia de que bicho de estimação tem que ficar no quintal, consequentemente, isso foi dando liberdade e autonomia para nossos bichinhos e hoje eles determinam a rotina de uma casa inteira e se deixar, mandam à vontade em seus donos,” conta Vanessa.
 
A maioria dos problemas no relacionamento entre cães e seus donos se dá por falhas na comunicação. “Por mais que o proprietário se empenhe em conversar com o animal, ele não entende português. O que ele assimila são os limites de certo e errado, que devem ser colocados a partir do momento em que o animal entra na casa”, comenta Aldo Macellaro Jr, proprietário do Hotel Fazenda Clube de Cãompo.
 
A consequência dessa falha de comunicação, é que aquele que poderia ser o melhor amigo do homem torna-se um problema, um fardo. “Ter um animal de estimação tem que ser prazeroso para o dono, e não representar um problema”, diz Daniela.
 
Personalidade

Muitas pessoas adquirem um animal de estimação por impulso, sem pensar que as características da raça determinam à harmonia dessa relação homem x animal.

Todo animal tem sua personalidade, que é caracterizada pela sua raça, por isso existem diferenças de comportamento que devem ser respeitadas. “Não podemos criar um cão da raça Poodle como se fosse um Pitbull, e vice-versa, pois estaríamos renegando sua personalidade e impondo outra a eles. “Esse ato de querer alterar a personalidade dos bichos, tratá-los como humanos e transformá-los conforme nossas vontades está fazendo os animais perderem seus instintos”, diz Daniela.

Antes de escolher um bichinho procure pensar no por que você quer esse animalzinho, se você terá tempo para dar a atenção necessária para ele e se o espaço que você terá para oferecer é adequado à raça escolhida, pois essas respostas irão fazer diferença no convívio dessa relação.

Os animais precisam gastar suas energias, correr e brincar, uns mais que os outros, mas quando os donos não passeiam com seus animais e também não oferecem um espaço adequado, os bichinhos ficam tristes, não querem mais comer, e até chegam a ficar doentes, e seus donos não entendem o porquê.

Daniela alerta que a atenção que damos a eles é muito importante. Alguns bichinhos de estimação como os gatos, não precisam de tantos cuidados como os cachorros, por isso eles são recomendados para pessoas mais ocupadas e que passam menos tempo com seus animais.

Daniela da à dica: “Escolher um animal mais parecido com sua personalidade é a melhor opção”!

Adote!

Se você ainda não tem um animalzinho de estimação, não sabe quantos benefícios está perdendo. Aproveite a comemoração do Dia Mundial dos Animais e adote um companheiro!

Lembre-se que os animais têm seus direitos, e devem ser tratados sempre com muito respeito e carinho, mas cuidado com os exageros nessa relação!

Feliz Dia dos Animais!!!
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