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Publicado: Terça-feira, 1 de julho de 2008

Chico de Moraes dirige Festival de Artes de Itu

O Festival começa no próximo dia 11 e segue até o dia 26.

Chico de Moraes dirige Festival de Artes de Itu
Chico de Moraes orquestrou o álbum "O grande circo místico", de Chico Buarque

O maestro Chico de Moraes, ícone da música brasileira, será o diretor musical do XV Festival de Artes de Itu, que acontecerá entre os dias 11 e 26 de julho. Considerado um dos melhores maestros e arranjadores do Brasil, Chico Moraes é aclamado por ter orquestrado quatro álbuns para Chico Buarque, dentre eles “O grande circo místico” (1983), tido por muitos críticos como o melhor disco de MPB de todos os tempos, e “Cambaio” (2001), que rendeu um prêmio Grammy em 2002.

Também como parte das atividades do Festival, as oficinas gratuitas de música, teatro e dança já estão com as inscrições abertas, até o dia 08. Confira as oficinas e seus respectivos professores.

O XV Festival de Artes de Itu é promovido pela Prefeitura Municipal, através da Secretaria Municipal de Cultura. Em 2007, o Festival de Artes foi fortemente marcado pela valorização da cultura popular brasileira em todos os segmentos e teve recorde de público.

Chico de Moraes

Nascido em 16 de abril de 1937, na cidade de Campinas, o maestro Chico de Moraes começou a estudar piano aos 5 anos de idade. Formado em piano, pelo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, estudou harmonia, contraponto, fuga e folclore nordestino com o maestro e compositor erudito, César Guerra Peixe. Chico de Moraes também teve como mestre em folclore brasileiro o professor Rossini Tavares de Lima e estudou história da música com o professor João Caldeira Filho.

Começou a vida profissional aos 14 anos de idade, tocando “solovox” (o ancestral dos sintetizadores) no grupo de Mário Gennari Filho. Posteriormente, com 16 anos de idade, iniciou sua carreira de pianista popular - tocando por 3 anos nas casas noturnas da cidade de São Paulo. Entre seus primeiros arranjos, se destacam “Banho de lua” e “Estúpido cupido” para a cantora da Jovem Guarda, Cely Campello.

Destacou-se também como pianista no Grupo de Betinho (Rádio Nacional de São Paulo), Orquestra de Baile de Osmar Milani e Grande Orquestra da Rádio Nacional de São Paulo e TV Paulista. Na televisão, foi contratado como maestro da Tupi (SP), Bandeirantes (SP), Globo (RJ) e Cultura (SP), realizando “trilhas sonoras” para as emissoras. Participou de festivais de música brasileira nas TVs Excelsior, Record e Globo, assim como nos Festivais Internacionais da Canção da Globo do Rio de Janeiro.

Durante sua carreira atuou em gravações publicitárias e foi maestro exclusivo dos estúdios Pauta e Sonotec, sendo também maestro convidado dos estúdios Magissom, Eldorado, Publissol, Cinestudio, Abertura, Transamérica, Globotec, MCR, Matrix, Som da Gente e Voz do Brasil. Chico Moraes foi artista exclusivo dos estúdios Odeon e RCA Victor, além de maestro arranjador da Odeon, BMG, EMI/Odeon, Sony Music, RCA Victor, Polygram, RGE, BMG/Ariola, Continental, Sigla/Som Livre, Chantecler, Barclay, CBS Columbia e outras.

O maestro compôs músicas para os desenhos animados “Carcará” da Lynx Film e “Flicts” do cartunista Ziraldo, para os curta metragens “Ully, caminho pela vida” e “Guimarães Rosa”, para os longas “Uma canção brasileira”, “Beto Rockfeller”, “Além da velocidade”, “Os machões”, “Independência ou morte!”, “A marcha”, “O caçador de esmeraldas”, “Os trombadinhas” e “Ópera do malandro”.

Como diretor musical, foi responsável por shows de artistas consagrados como Elis Regina, Roberto Carlos e Simone, ainda pelos programas “O fino da bossa” e “Flávio Cavalcanti”. Esteve na direção de orquestras no exterior, trabalhando em Nova Iorque, Miami, Madri, Buenos Aires, Lisboa e Montevidéu. Chico Moraes é conhecido também como maestro arranjador de Baden Powell, Cláudia, Dick Farney, Elis Regina, Família Caymmi, Roberto Carlos, Tom Jobim e desfiles da Companhia Rhodia.

Como compositor-regente, Chico de Moraes esteve a frente das Orquestras Sinfônicas de São Caetano do Sul, do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, da Rádio e Televisão Cultura e Orquestra Jazz-Sinfônica. Como regente-orquestrador, participou dos quatro primeiros concertos da séria “Obs Pops” com a Orquestra Sinfônica Brasileira no Rio de Janeiro. Foi também orquestrador-arranjador da Orquestra Sinfônica do teatro Cláudio Santoro, em Brasília.

Compôs as obras sinfônicas “Reencontro”, “Caipirança nº 7”, “Suíte da praia”, entre outras. Foi orquestrador-arranjador da “Bachiana nº 5” e realizou a ampliação do original para cellos, obedecendo rigorosamente a partitura de Heitor Villa-Lobos. Cuidou ainda das variações sinfônicas de “Águas de março” e ”Chovendo na roseira”, ambas de Tom Jobim. É responsável pelos arranjos, condução e orquestrações da série “Clássicos Populares Brasileiros”, todos para orquestra sinfônica, sobre obras de Chiquinha Gonzaga, Pixinguinha, Zequinha de Abreu, Severino Araújo, Chico Buarque e Edu Lobo.

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