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Publicado: Terça-feira, 3 de maio de 2016

Capitão América: Guerra Civil

Crédito: Divulgação Capitão América: Guerra Civil
Confronto entre o Capitão América e o Homem de Ferro é um dos grandes momentos do filme

Chegou na última quinta-feira (28) aos cinemas brasileiros o filme "Capitão América: Guerra Civil", da Marvel Studios. Seguindo a "fórmula mágica" que sempre dá resultado, a obra pode ser considerada uma das melhores do gênero de super-heróis. Bem dosado entre as cenas dramáticas, de ação e de humor, o filme carrega em seu DNA a assinatura da Casa das Ideias – que revolucionou os quadrinhos e que agora faz barulho em Hollywood também.

Após toda destruição causada em Nova York, Washington D.C. e Sokovia (respectivamente em "Os Vingadores", "Capitão América: O Soldado Invernal" e "Vingadores: Era de Ultron"), além de um incidente pontual no início deste novo filme, as Nações Unidas decidem realizar um tratado para regular a atividade dos heróis mais poderosos do mundo. Com o tratado assinado, basicamente eles só poderiam agir com o aval da ONU. Mas, assim como na Guerra Civil dos quadrinhos, os mocinhos se dividem em dois grupos: o dos que apoiam e o dos que não apoiam.

Encabeçando os que apoiam o Tratado de Sokovia está Tony Stark (Robert Downey Jr., de longe o melhor do filme). O Homem de Ferro sempre teve a consciência pesada por conta de seu passado bélico, mas, desde o confronto com Ultron (sua criação), ele anda mais atormentado. Ele crê que é necessário limites aos heróis, pois senão nada os diferenciará dos vilões. Do outro lado, está Steve Rogers (Chris Evans). O Capitão América acredita que um tratado desses pode tornar os heróis uma espécie de armamento a ser utilizado ao bel-prazer de governos e governantes – e seus mais escusos objetivos.

Toda discussão política em torno desse tema é bem interessante – apesar de um tanto superficial. Em meio a todo esse clima de tensão, surge um elemento inesperado: Bucky Barnes (Sebastian Stan), o Soldado Invernal. Acusado de um atentado, ele é perseguido pelo governo e seu amigo Capitão América sai em sua defesa. É aí que a coisa começa a ganhar um ritmo alucinante. O grupo pró-Tratado precisa capturar os "rebeldes", gerando o conflito do título do filme – a melhor parte de todas, certamente.

Uma coisa bem acertada no filme é a introdução dos novos personagens. Quer dizer, nem tão novos assim, afinal todo mundo conhece o Homem-Aranha. E o roteiro de "Guerra Civil" brinca com isso, introduzindo Peter Parker (Tom Holland) de uma forma bem natural e sem precisar apelar pra mais uma história de origem. Tudo é explicado em diálogo rápido. Já o Pantera Negra foi mais difícil de ser apresentado – mas os irmãos Russo (diretores do filme) fazem isso muito bem. T'Challa (Chadwick Boseman) tem grande importância na trama e também surge naturalmente. A síntese do personagem é explicada para ser melhor trabalhada no filme solo dele, que sai ano que vem.

Mas nem tudo são flores em "Capitão América: Guerra Civl". A introdução dos personagens já existentes no Universo Cinematográfico da Marvel – como Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), Homem-Formiga (Paul Rudd) e Visão (Paul Bettany) – me pareceu meio forçada. Alguns estão ali só para constar e dar volume ao conflito – que é grandioso nas HQs. Outro problema do filme é o vilão Helmut Zemo (Daniel Brühl). Essa versão para os cinemas do clássico adversário do Capitão América não me agradou. Ok que se trata de uma adaptação, mas o personagem nem de longe lembra um dos Mestres do Terror.

No balanço geral, "Capitão América: Guerra Civil" acerta mais, entrega uma trama divertida e coerente, com momentos empolgantes e personagens cativantes (Spider <3). Porém acaba sendo mais do mesmo em muitos momentos, pois segue a fórmula Marvel – que quase sempre dá certo, mas "pasteuriza" os filmes. Resta ao fã torcer para que essa fórmula siga dando resultado e que mais produções como essa sejam lançadas.

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