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Publicado: Quarta-feira, 30 de maio de 2007

Computadores e a síndrome visual

Crédito: Banco de Imagens Computadores e a síndrome visual
O uso excessivo de computadores causa síndromes
Os computadores têm se tornado quase indispensáveis para a maioria das funções cotidianas. A popularidade do computador, incrementado com facilidades de acesso à internet, tem conquistado uma enorme quantidade de profissionais, que o utilizam como ferramenta indispensável para o exercício de suas funções. Com isso, cada vez mais pessoas tem experimentado sintomas visuais associados ao uso excessivo de computadores.
 
A Síndrome Visual Relacionada a Computadores (SVRC) se refere a um grupo de sinais e sintomas que podem ser atribuídos ao uso do computador. Os sintomas visuais são as principais queixas e motivos de consulta médica, dentre os problemas de saúde ocupacional nos usuários de computadores.
 
Os sintomas oculares mais freqüentes da SVRC são: cansaço, sensação de corpo estranho, ardência, dor, irritação, vermelhidão, ressecamento e turvação visual.
 
Estima-se que ate 90% dos usuários de computador por mais de três horas diárias apresentem algum tipo de sintoma relacionado à SVRC.
 
Evidências clínicas têm mostrado que o uso prolongado dos monitores provoca diminuição no poder de acomodação e na capacidade de convergência, assim como leve indução de miopia transitória pelo esforço acomodativo.
 
A resolução da tela (medida em pontos por polegada), o contraste, assim como a iluminação ambiente podem ser fatores importantes no conforto visual e na melhora da SVRC. As telas de cristal líquido (LCD) geralmente apresentam melhor resolução e iluminação, assim como refletem menos a luz do ambiente.
 
A iluminação excessiva da sala, bem como luzes que incidem e refletem na tela dos computadores, geram imagens confusas e dificultam a focalização. Os filtros protetores, que são colocados na frente do monitor, podem contribuir diminuindo a reflexão de luzes que incidem na tela, já que as fontes de energia luminosa externas passam duas vezes pelo filtro enquanto as emitidas pelo monitor passam uma vez, aumentando o contraste entre as imagens. Outro papel destes filtros seria quanto à redução de energia eletromagnética e outras radiações emitidas pelo monitor.
 
A taxa de renovação (refresh rate) da tela se refere ao intervalo em minutos que a tela é preenchida para produzir uma imagem. Taxas muito baixas (8 a 14 Hz) podem contribuir para crises convulsivas. Taxas maiores (80 a 120 Hz) podem melhorar a sintomatologia ocular e o conforto do usuário e podem ser ajustadas nas configurações avançadas do vídeo no computador.
 
A posição do monitor também é importante quanto à ergonomia e conforto da musculatura cervical. Em geral, a tela deve estar entre 70 a 100 cm do usuário, num nível 10 a 20 graus abaixo dos olhos, proporcionando maior conforto e menor estresse postural.
 
Uma das principais causas do cansaço visual é o ressecamento ocular. A diminuição do piscar associada a outras condições ambientais, oculares e sistêmicas, como ar condicionado, ventiladores, disfunção meibomiana, pouca ingestão de líquidos, uso de medicamentos (diuréticos, beta-bloqueadores), fumo, podem contribuir para piorar esta sintomatologia na SVRC.
 
A maioria dos indivíduos pisca 10 a 15 vezes por minuto. Estudos mostram que esta taxa pode ser reduzida em até 60%, resultando em sintomas de olho seco. O uso freqüente de lubrificantes oculares pode melhorar esta condição de forma significativa.
 
O tempo de uso do computador e o desgaste físico e visual estão diretamente relacionados. Sugere-se que pequenas pausas, de 5 a 10 minutos por hora, de preferência fixando a distância e sem olhar para o monitor, possam causar menor desgaste visual, com melhora do desempenho no trabalho. Alem disso, os turnos de 4 horas no computador devem ser interrompidos por pausas maiores para evitar maior desconforto visual.
 
A correção visual adequada para o computador deve ser avaliada individualmente. Médico e paciente devem discutir as opções disponíveis no mercado, visando atender as expectativas, que devem ser apresentadas durante a consulta.
 
Ainda não sabemos os efeitos deletérios que possam decorrer da exposição freqüente aos diversos tipos de radiações, eletromagnéticas, de radiofreqüência, dentre outras, dos computadores, celulares, fornos de microondas e utensílios da vida moderna. Somente o tempo poderá mostrar o que alguns estudos tentam comprovar com evidencias ainda pouco conclusivas a este respeito.
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