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Publicado: Segunda-feira, 4 de julho de 2016

O ato de dormir bem para a saúde física e psíquica

Parte 1

Cada vez mais, os estudos retratam a importância fundamental do sono reparador para a saúde física e psíquica, e porque os distúrbios relacionados ao ato de não dormir bem, tais como o ronco, apneia, insônia, pesadelos, terror noturno e síndromes como a do sono insuficiente e das pernas inquietas acometem a saúde e a qualidade de vida, desencadeando quadros nocivos e até patológicos ao organismo. Fazendo um panorama geral na literatura cientifica que pontuam sobre a privação do sono, é reportado dentre os inúmeros achados relacionados aos prejuízos a saúde física e psíquica, problemas de ordem cardiovasculares (infarto e acidentes vasculares), obesidade, perda de memória, redução da massa muscular, alterações no humor, podendo aumentar em até quatro vezes o surgimento de depressão, dificuldade de consolidação de informações e até impotência sexual.

E como avaliar a qualidade do sono? A polissonografia, exame que estuda a característica e qualidade do sono, baseia-se em parâmetros fisiológicos como o eletroencefalograma (que avalia as ondas cerebrais), o movimento ocular (que ajuda compreender a fase que o indivíduo está do sono), movimentos musculares, frequência cardíaca e respiratória e níveis de oxigênio no sangue. Esse exame é de suma importância no diagnóstico de distúrbios relacionados ao sono e na conduta mais adequada de tratamento para a melhora holística da saúde do indivíduo, como a melhora especialmente da qualidade do sono e sua repercussão na qualidade de vida. Basicamente existem quatro tipos de insônia, sendo estas:

1-Dificuldade de iniciar o sono: A pessoa deita, mas demora muito para dormir.

2-Manter o sono: É o chamado “sono leve”, em que a pessoa dorme e acorda várias vezes.

3-Acordar precoce: A pessoas deita, dorme bem, mas acorda durante a madrugada e não consegue mais conciliar o sono.

4-Sono não reparador: Relacionados a problemas como a apneia, neurológicos ou transtorno de movimento durante o sono onde a pessoas acorda e sempre permanece fadigada.

Com o passar dos anos ao envelhecermos, a tendência se não adotarmos hábitos saudáveis através de um estilo de vida apropriado, acentuaremos ainda mais a qualidade do sono por aspectos fisiológicos, uma vez que é reduzido a secreção do hormônio do sono (Melatonina), pelo quadro de flacidez na musculatura em volta da garganta fazendo com que surjam as vibrações e ruídos neste local como o ronco, o formato da mandíbula que pode favorecer a oclusão das vias respiratória, respostas relacionadas aos hormônios do estresse como os cortisol e adrenalina quando liberados em horários não oportunos, e a própria obesidade que vem sendo muito discutida e apontada, pela sua forte associação e intimidade com a apneia e eventos de ordens cardíacas e cardiovasculares, preditores até da própria morte.

Outros fatores externos (clínicos e comportamentais) que podemos citar que agrava o sono é o sedentarismo, abuso de bebidas alcoólicas, alimentação desorganizada e excessiva especialmente a noite, uso de bebidas a base de cafeínas e outros estimulantes do sistema nervoso central, e o próprio uso de computador, tablet e televisão no período noturno e nível de estresse elevado repercutindo em dificuldades emocionais. Deve-se ficar especialmente mais atento as pessoas que treinam e buscam ganhar massa muscular ou emagrecer, uma vez que é necessário uma boa noite de sono para restaurar e construir o tecido muscular e para aqueles que almejam emagrecer, pois o sono tem papel fundamental na manutenção e melhora da imunidade (defesa do organismo), e contribuição direta no emagrecimento , uma vez que, favorece um alto gasto calórico, ou seja, uma boa noite de sono emagrece pois gasta-se muitas calorias por necessidades biológicas. Durma com os anjos!

Fontes científicas consultadas:
(1)Eur Heart J. 2011 Jun;32. (2)Sleep. 2013 Jul 1 pag 981 -990. (3) Obesity (Silver Spring) 2008 Mar; 16. (4) JAMA intern Med. 2015, 175/jamainternmed.2014.7663.

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