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Publicado: Sábado, 21 de maio de 2016

Arrojo e Tenacidade

Arrojo e Tenacidade

É próprio da índole de curiosos e desbravadores, curiosos e desbravadores no bom sentido e sem o mínimo intuito pejorativo – os autênticos, diga-se – enveredar para o ignoto e para o obscuro.

Querem saber o por que, enquanto ao comum das pessoas não ocorra esse instinto de perscrutar o incomum?

De modo geral aceitam-se os fatos, sem a preocupação de qualquer aprofundamento.

Pois é, um pugilo de gente com tais características, ligados pelo hábito do radioamadorismo, entendeu de empreender uma expedição, breve embora, para a Ilha da Queimada Grande. Essa ilha é aquela que na voz do povo se consagrou como Ilha das Cobras.

Perigosíssima.

Hoje, como não é habitada por ninguém desde longa data e tem sua visitação de ordinário vedada pelo ICMBio ao acesso de quaisquer pessoas. Nela, nenhum resquício de antigos moradores, dos poucos que lá viveram e dos quais com o tempo nunca mais houve notícias. Teria sido, hipoteticamente, um casal com dois filhos e um cachorro de estimação. Consta...

Assim é que dois radioamadores ituanos e um cabreuvano – João Paulo de Campos, Murilo Rodrigues e William Santolica, comandados pelo primeiro, entenderam de emitir seus contatos num lugar insólito, a Ilha da Queimada Grande.

Para tanto e obtida a autorização após insistentes solicitações junto ao ICMBio, mais precisamente na unidade de Itanhaém, o ICMBIo (Instituto Chico Mendes de Biodiversidade), através dos funcionários senhores Carlos Azevedo (Chefe de Queimada Grande) e Alexandre Vecchi. Como não poderia deixar de ser, embarcação do próprio ICMBio transportou a comitiva até a ilha.

O fato, em suma, é que a equipe desembarcou e lá estiveram por dois dias e uma noite, com transmissão ininterrupta aos radioamadores, nos mais diversos contatos nacionais (203 estações Brasileiras) e internacionais (156 países).

Seja dito que existe uma única espécie de cobras na ilha, as chamadas jararacas ilhoas, para cujo veneno ainda não existe antídoto. Como povoadoras únicas e sem espécies de animais na ilha, a jararaca ilhoa, de coloração típica diferenciada, criou um modo intuitivo de se acomodar nos galhos das árvores, para dali exercer a captura de pássaros.

O acontecido se deu recentemente, nos dias 12 e 13 de Janeiro de 2016.

Até porque também tenham obviamente se precavido, retornaram orgulhosos dessa proeza, com o destaque de se tratar de dois radioamadores ituanos, João Paulo (PU2POP), Murilo Rodrigues (PY2DS) e um radioamador cabreuvano, William Santolica (PY2XIZ).

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