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Publicado: Sábado, 30 de janeiro de 2016

Muita água ainda para escorrer

Muita água ainda para escorrer

Não se sabe de nenhuma época mais negativa do que os dias atuais do país, nem mesmo aquela para evitar suposta entrega do Brasil ao comunismo, então um ideário em plena decadência no mundo inteiro, mas aqui aproveitado como fantasma para justificar a infeliz troca de poder, nos desditosos dias de 64. O 31 de março, como alusão a essa farsa, até sumiu do calendário...

Para um golpe, agora impossível pelo descrédito de qualquer entidade que pretendesse aplicá-lo, não há lugar. Ainda bem.

Apesar dos pesares e dos males acumulados, a democracia e a liberdade já se firmaram como o anelo principal deste povo.

Para correção da situação brasileira, só mesmo até as eleições de 2018, conquanto a safadeza reine nas duas casas do Congresso e esfriada esteja a meta de deposição presidencial. Uma vez acontecida a hipótese, na semana seguinte, imagine-se o que providencialmente mudaria em relação ao atual “status quo”. Nada.

Prova de que o mal maior não mora nesse desiderato atabalhoado e inconsistente por si mesmo.

De outro lado, certo que também três anos serão ainda pouco tempo para colheita integral da horta inesgotável dos produtos podres no campo político. Habilidosos, mesmo assim há de chegar a hora de cada um deles, para dizer pouco.

Oh! Como seria ventura suprema dispor do rol de ocupantes de cadeiras em Brasília, daqueles limpos e corretos. Se alguém levantou por acaso essa relação, faça-se dela distribuição gratuita a todo país.

Uma preliminar, uma espécie de treinamento da arte de saber votar consciente e seguramente, vai ser oferecida no ano vindouro, com eleições para o executivo e legislativo, na área municipal, em todo país. Não dá para a gente se iludir e se animar de agora sim a turma de votantes criar juízo, mas um primeiro passo poderá ser dado. Saber votar.

É por isso que o derradeiro bastião de esperança está voltado agora para o zelo e patriotismo da área incólume da Justiça que, dia a dia, cuida de apurar safadezas e, mais que isso, fazer retornar ao erário todo o dinheiro esbulhado. Retornar é força de expressão, a bem da verdade, porque esses valores astronômicos nem chegaram aos cofres públicos.

A tarefa é insana porque o esperneio dos eleitos não é pequeno.

Tem muita água ainda para correr.

Água suja.

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