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Publicado: Domingo, 20 de dezembro de 2015

Um pouco de sagrado no ar

Crédito: Domínio Público Um pouco de sagrado no ar

PARA O OCIDENTAL, EM ESPECIAL A maioria dos brasileiros, o sagrado é algo externo, encontrado nas igrejas vazias ou durante as missas semanais, nas pregações em dias marcados, nas visitas aos cemitérios, nas campanhas para doações de brinquedos e alimentos aos necessitados. Não está presente em casa e não é visto todo o tempo dentro de cada um.

É no mês de dezembro - o mais especial do calendário cristão - que um grande número de pessoas percebe em si o que define como "espírito natalino" - que brota em forma de sentimentos de amor, fraternidade e paz, e possibilita ver no "outro", o próximo.

Apenas no Natal, luzes são acesas nas árvores coloridas, velas iluminam a mesa onde a refeição é compartilhada, e o brilho se manifesta nas fitas e enfeites dourados e vermelhos. Poucos dias depois tudo se apaga - fora e dentro de cada um e "volta ao seu lugar".

Em geral não temos o hábito de manter em casa um canto de orações, um pequeno altar com os símbolos da nossa fé, uma pequena chama acesa que lembre que o sagrado habita toda a criação, para que o celebremos interiormente, em silêncio e reverência.

Diariamente, na maioria dos lares indianos, uma lamparina é acesa ao amanhecer diante do altar do Senhor.  A luz simboliza o conhecimento. A escuridão, a ignorância. O Senhor é o Princípio do Conhecimento e a luz é adorada como o próprio Senhor.

O conhecimento remove a ignorância, assim como a luz remove a escuridão. Ele é uma riqueza interna permanente, através da qual todos os objetivos podem ser alcançados.

A lamparina a óleo possui um profundo significado espiritual. O óleo simboliza nossas tendências negativas e o pavio, o nosso ego. Quando aceso pelo conhecimento espiritual, as tendências negativas são lentamente exauridas, bem como o ego - aquele aspecto humano que nos dá a ilusão de sermos juízes, mais importantes ou melhores do que qualquer um.

Que as luzes acesas na festa cristã tornem visível a incomensurável grandeza da criação e do lugar que ocupamos nela - o de um único e idêntico elo da mesma cadeia.

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