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Publicado: Segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Victor Frankenstein

Vem sendo rotineiro nos últimos anos o surgimento de filmes que recontam mitos e contos. Recentemente tivemos o "Hércules" de The Rock e "Drácula - A História Nunca Contada", só pra ficar nos que me vêm à cabeça mais facilmente. É essa a linha que segue "Victor Frankenstein", do diretor Paul McGuigan, lançado na última quinta-feira (26).

Recontando a fictícia história clássica do perturbado doutor que criou vida do "nada" (só que desta vez tentando focar mais no homem, e menos no monstro consagrado), o filme até tem suas virtudes, mas peca no desenvolvimento da trama e no roteiro raso e clichê. Porém, ganha pontos por conta do carisma de seus protagonistas.

James McAvoy, que interpreta o personagem-título, e Daniel Radcliffe, que faz o ajudante Igor, são a alma do filme. A química dos atores britânicos deu muito certo, fazendo com que a obra não fosse uma grande perda de tempo. Outro que merece destaque, apesar de passar muito menos tempo em tela, é Andrew Scott, na pele de um inspetor de polícia e religioso fervoroso que quer impedir Frankenstein.

O filme centra suas atenções na meta de Victor, só que quem conta a história é Igor, o que não me agradou. Se a ideia era mostrar o homem que criou um dos monstros mais cultuados do cinema, deveríamos tê-lo como narrador. Como é Igor que tem essa função, acabamos não nos colocando na pele do personagem.

Voltando a falar de coisa boa. Além da carismática dupla, outra coisa boa que pode ser apontada no filme são os efeitos visuais. Bem feitos, eles tornam "Victor Frankenstein" uma produção bem competente - ainda que sem muito brilho. Talvez o grande erro do filme tenha sido prometer desvendar o homem atrás do monstro, mas acabar entregando apenas um bromance entre McAvoy e Radcliffe. A grande legião de fãs dos dois, ao menos, gostou.

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