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Publicado: Sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Fim de tarde na 21 de Abril

Fim de tarde na 21 de Abril

Dizer que o texto seguinte é conversa mole para boi dormir, seria ofender e muito quem se estenda a perseguir este trabalho. Gente é gente, ser humano, merece respeito.

O amigo não vê nem percebe e dá sinal concreto de confiança porque não deixou de seguir a linha de pensamento para o encontro de hoje, encontro se diz da crônica que, há meio século, faz-se impreterivelmente semanal.

Permitido dizer que, bem ou mal, acontece um fato típico na da vida desta cidade interiorana, famosa e que sobrevive do passado e é por isso que não se preocupa em crescer. Isto aqui nunca será uma Indaiatuba (filhote dela no passado), uma Sorocaba, uma Jundiaí. Nunca.

Pergunte aos mineiros se desejam estender Ouro Preto, Lavras, São João Del Rei, Tiradentes ou Sabará e outras tantas. Estão muito bem como são (rimou com "comoção"). Cuide pois de entender direito, ao assenhorear-se da palavra certa.

Talvez, quem sabe, pode ser, ou seja, sei lá, não se deva nomear estes escritos na qualidade de crônica. Melhor se lhe assentaria o nome de caminho tortuoso e sem rumo.

Vaguear.

Eis aí a expressão certa e cabível. Cabível, que "chic" falar assim.

Se alguém dissesse que vaguear seria na verdade uma corruptela de vagabundear, quem diria estar errado? Quem sabe. Hoje em dia tudo se facilita e se concede.

Segue então o trajeto sem direção nem rumo, a esmo.

A depender da imaginação de um e de outro, como também de uma ou de outra, porque pode ser que mulheres também deitem um olhar neste local de prosa hebdomadária, com a característica principal de que aqui se desprende a rédea do pensamento e, hoje pelo menos como de algumas outras vezes, se permite que ele, o pensamento, siga o traçado que o repente e a liberdade assim desejem.

Não. De jeito nenhum enfoque de linha política. Viu você, menino ou menina, senhor ou senhora, o rumo que o país tomou. Ele rodeia em torno de si mesmo. Assim vai a nocaute. Conseguiram enovelar tanto a nação que ela se prende a um nó que ninguém desata. E chega deste assunto. Fuja.

Fiquei triste sim com os três a zero impostos pelo Santos ao São Paulo. Esse time, o das cores branca, vermelha e preta, cores pelas quais optei, desde que jogava bola no beco da Monsenhor Monteiro - entre a Barão de Itaim e Andradas - esse time, dizia eu, faz tempo que não se acerta. A “cartolagem” (sei que o termo não existe mas me deem esse prazer de colaborar inventando) iguala-se aos políticos em termos de picaretagem. Picaretagem, é vernáculo? Picareta sem dúvida.

Mas deixe tirar a dúvida. Sim, fui lá no livrão e está correto dizer picaretagem, exatamente no sentido aqui aplicado, de gente esperta que engendra expedientes escusos. Viu só?

Meu senhor e minha senhora.

Hoje, sexta feira, dia 11. O ano vocês sabem, 2015. Não gosto muito de pensar em datas porque sou obrigado a concluir que estou mais no fim do que no começo.

A semana foi boa. Choveu, com ambas as piscinas tamanho Itu, cheinhas, a segunda então, enorme. Evitam inundações.

Mas deixem pensar um pouco. Falta tanta água e não poderia esse "líquido precioso" acumulado servir para alguma outra maneira de aproveitamento? Israel dessalinizou a água do mar e dela bebe tranquilamente...

Falei bobagem?

Pois é.

A ideia inicial e todo esse papo estonteado nasceu de repente da lembrança, nítida e bem viva, de quando menino, ia esperar mamãe, operária, na saída da fábrica São Pedro. Os empregados, moradores na Vila do mesmo nome, todas as tardes sentavam-se na calçada, na sarjeta propriamente, (esquina da Santana com 21 de Abril) para jogar conversa fora e por os assuntos em dia.

Simples e felizes.

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