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Publicado: Terça-feira, 11 de agosto de 2015

Quarteto Fantástico

Crédito: Divulgação Quarteto Fantástico
Elenco excelente, filme nem tanto

Desde que foi anunciado, "Quarteto Fantástico" tem sido rodeado por polêmicas e desconfianças. Primeiro por se tratar de mais uma tentativa da Fox em levar o grupo de heróis da Marvel para as telonas após os fracassados filmes de 2005 e 2007. Segundo por contar com um diretor novato (Josh Trank), uma visão bem diferente do que os fãs estão acostumados a ver nos quadrinhos e um elenco que não agradou a todos.

Some tudo isso à recepção negativa - tanto de crítica quanto de público - logo em seu primeiro final de semana de exibição e temos uma grande bomba. Mas o filme não é esse tudo de ruim que estão falando por aí. Ele tem bons momentos e ideias bem interessantes. E, se não fosse todo desgaste entre Trank e os produtores, poderíamos ver uma grande obra cinematográfica, diferente de qualquer outro filme do gênero.

Aliás, um grande erro é julgar "Quarteto Fantástico" como um "filme de super-heróis". Sim, ele não deixa de ser, mas boa parte do longa-metragem é uma ficção científica competente, com um quê de cinema de horror. O momento em que os personagens ganham seus poderes é assombroso, não esplendoroso como em outros filmes baseados em personagens de quadrinhos. Dá pra sentir a agonia deles nas competentes atuações.

O criticado elenco é um dos grandes trunfos de "Quarteto Fantástico". Miles Teller (Reed Richards), Kate Mara (Sue Storm) e Toby Kebbell (Victor Von Doom) destoam no longa, que conta ainda com as boas interpretações de Michael B. Jordan (Johnny Storm) e Jamie Bell (Ben Grimm). Todos os personagens são bem apresentados ao decorrer da primeira metade do filme, o que deixa o espectador com vontade de conhecer ainda mais todos eles.

Mas, na segunda metade do filme, o tom muda completamente. Sai aquele empolgante clima de "sci-fi" e "desbravamento do desconhecido" para entrar uma aventura chinfrim, repleta de clichês comuns em filmes assim. Pra piorar, temos um antagonista mequetrefe que nem de longe lembra o glorioso Doutor Destino dos quadrinhos. Ok, muita coisa precisa ser mudada numa adaptação cinematográfica, mas em certas coisas não se mexe. A grandeza do vilão do Quarteto era uma dessas coisas.

Essas mudanças entre os quadrinhos e o cinema também são pontos críticos do filme. Os produtores já haviam dito que "Quarteto Fantástico" iria se basear na linha Ultimate da Marvel - releitura para o século XXI dos clássicos personagens -, mas mesmo assim houve alterações não previstas. Isso mais a mudança no tom do longa reforça os boatos de que Trank teria saído no meio do projeto, resultando em todos os problemas...

Se você não é fã dos quadrinhos dos personagens, pode ir assistir sem muita desconfiança. O filme não é primoroso, mas acaba sendo um bom entretenimento. Agora, se você é fã, recomendo distância. "Quarteto Fantástico" está repleto de elementos interessantes e potencial desperdiçado, mas falta uma coisa essencial para ele funcionar: mais Quarteto Fantástico. (3/5)

PS: Finalmente o Cine Araújo do Plaza Shopping Itu passou a aceitar cartões de débito! Em pleno ano de 2015, não aderir ao sistema era algo inadmissível. Além disso, a promoção de meia-entrada foi estendida para a quinta-feira. Agora o espectador tem quatro dias de ingresso mais barato na semana. Ótima notícia!

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