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Publicado: Quarta-feira, 22 de julho de 2015

Homem-Formiga

Homem-Formiga
Rudd convence no papel de Scott Lang, o ladrão que vira herói

A Marvel acertou mais uma vez. Pegou um personagem desconhecido do grande público e o tornou um novo vingador, com direito a um filme divertido e empolgante. “Homem-Formiga”, em cartaz desde o dia 16 de julho nos cinemas, é mais uma prova de que o estúdio sabe o que faz. Mas, apesar de ser uma grata surpresa, o longa-metragem tem seus problemas, o que irei comentar ao longo deste texto.

Nos quadrinhos, o Homem-Formiga é o cientista Hank Pym, criador de partículas que permitem a redução de seu corpo, mas ampliando a sua força. Ele é membro fundador dos Vingadores, junto com sua parceira, a Vespa. Apesar disso, nunca teve muita expressão nos gibis – sendo marcado para sempre como o criador de Ultron (vilão do segundo filme dos heróis mais poderosos da Terra).

Só que no filme toda a origem do personagem foi alterada. Pym, interpretado muito bem por Michael Douglas (“Wall Street - Poder e Cobiça”), é o Homem-Formiga original. Usado pela SHIELD para derrubar “governos opressores”, ele é a pequena grande arma secreta da entidade. Mas, depois de um incidente, ele abandona o traje encolhedor e vira um ermitão. Pra piorar, sua filha Hope (Evangeline Lilly) o despreza e a empresa que criou foi parar nas mãos do antigo pupilo – e hoje desafeto – Darren Cross (Corey Stoll).

Mas onde entra Paul Rudd (“As Vantagens de Ser Invisível”), que faz o protagonista Scott Lang, nesta história toda? Ladrão com grandes habilidades furtivas, ele rouba o traje de Homem-Formiga e acaba aceitando o pedido de Pym para se tornar o herói. Ele precisa que Lang impeça Cross de criar uma arma, denominada Jaqueta Amarela, que pode se tornar um grande perigo para a humanidade. E o ladrão aceita a missão, pois quer se redimir pelos erros do passado. Rudd está muito bem no papel, sabendo dosar o lado heróico do personagem e as piadas presentes no filme.

Essa é a base da trama de “Homem-Formiga”. Nada igual aos quadrinhos, mas que adapta o personagem para os cinemas de forma respeitosa. Com grandes doses de humor, principalmente por conta do hilário personagem de Michael Peña (Luis), o filme pode ser considerado a primeira grande comédia de super-heróis da Marvel. Mais até que “Guardiões da Galáxia”, que tinha sido marcado pelo tom humorístico. Em vários momentos a plateia gargalhou alto durante a sessão que fui.

Porém nem só de riso vive o filme. O tom dramático também está presente, principalmente por conta dos “dramas familiares” entre Pym e Hope e Lang e sua pequena filha Cassie (Abby Ryder Fortson). Esse elemento, aliás, foi o que causou a saída de Edgar Wright da direção, já que ele preferia um filme menos emotivo. Sorte de Peyton Reed (“Separados pelo Casamento”), que assumiu o papel e soube dosar a comédia e o drama, resultando em uma produção bem família.

E quanto aos erros? “Homem-Formiga” peca num ponto em que os outros filmes da Marvel também pecam: a inexpressividade dos vilões. Tirando Loki (Tom Hiddleston), nenhum outro antagonista conseguiu grande destaque. E o Jaqueta Amarela deste filme segue o mesmo padrão, sendo um inimigo apenas para constar. Só que uma coisa eu gostei nele: Cross é meio perturbado, mau sem precisar ficar se justificando muito como os demais adversários.

O outro erro foi em algo que deixou de ser feito: ousar mais nas tomadas. O poder do Homem-Formiga, de reduzir o tamanho corporal, dava pra ser bem melhor explorado na telona. Novas narrativas poderiam ser utilizadas no filme, mas a direção preferiu o “arroz com feijão”. O resultado não é ruim, mas fica a sensação que poderíamos ver algo genial se o projeto tivesse ficado nas mãos de Wright ou outro diretor mais competente.

No fim, “Homem-Formiga” mais acerta do que erra, entrega uma divertida comédia para crianças, jovens e adultos e consegue fazer as ligações e referências ao rico Universo Cinematográfico da Marvel que todo o fã quer ver. Os efeitos especiais, impecáveis, também se destacam – principalmente nas cenas em que o herói divide a tela com as formigas, que são bem legais. Enfim, mais um ponto para a Casa das Ideias!

PS1: Assisti à versão dublada do filme. E até que gostei.

PS2: Fique até o final da exibição. Até o final MESMO.

PS3: A programação de 23 a 29 de julho no cinema de Itu é esta: Diariamente às 17h15, 19h30 e 21h45, na Sala 2 (dublado/2D).

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