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Publicado: Quarta-feira, 8 de julho de 2015

O Exterminador do Futuro: Gênesis

Crédito: Divulgação/IMDb O Exterminador do Futuro: Gênesis
Schwarzenegger: velho. E um tanto obsoleto

Uma confusão só. Assim é “O Exterminador do Futuro: Gênesis”, quinto filme da franquia iniciada em 1984. Tentando reiniciar a história sem apagar as coisas boas dela, o longa-metragem acaba se perdendo e não honrando os dois primeiros – de longe os melhores da série. Parece que tudo foi feito só para Arnold Schwarzenegger voltar a falar “I’ll be back”. Porém a produção tem algumas qualidades e pode ser divertida se você ignorar o passado.

Aliás, o tempo é o centro da trama neste filme. Num futuro em que a resistência dos humanos é comandada por John Connor (Jason Clarke), a inteligência artificial Skynet devasta a Terra e domina a todos. Em guerra contra as máquinas, os rebeldes enviam o sargento Kyle Reese (Jai Courtney) de volta ao ano de 1984, na intenção de garantir a segurança de Sarah Connor (Emilia Clarke) e o nascimento de John.

Tudo igual ao filme original, mas dessa vez a viagem acaba criando linhas temporais diferentes. E é aí que a confusão começa. Mesmo prestando atenção nas minúcias, fica difícil entender a continuidade correta da série – se é que existe. “Gênesis” pode ser comparado como o “X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido” da franquia “O Exterminador do Futuro”: tenta ajustar a cronologia, mas acaba bagunçando ainda mais.

Porém, se ignorarmos isso, o filme serve como um bom entretenimento. Temos perseguições, explosões, confrontos entre ciborgues, Schwarzenegger voltando a falar “I’ll be back”... Enfim, um divertido blockbuster. Além disso, o longa conta com a bela e competente Emilia Clarke – a eterna Daenerys Targaryen de “Game of Thrones” – interpretando muito bem a icônica Sarah Connor.

Mas enquanto Emilia se destaca, o mesmo não pode ser dito do restante do elenco. Jai Courtney tem uma atuação simplória e Schwarzenegger se esforça para não parecer obsoleto – como repete intermináveis vezes durante o longa. Só que sem sucesso. O pior de todos é Jason Clarke, interpretando John Connor de maneira afetada. “Gênesis” ainda subaproveita o bom Matt Smith, relegado a um papel sem muito destaque.

Ao longo de suas duas horas de duração, “O Exterminador do Futuro: Gênesis” mais erra do que acerta. Tenta reverenciar o original, mas acaba se tornando uma fracassada tentativa de emplacar a franquia novamente – assim como foi “O Exterminador do Futuro: A Salvação”, o pior de todos. Boa parte da culpa é do diretor Alan Taylor, que vai bem à frente de séries de TV, mas nas telonas ainda não se provou.

O filme deixa várias perguntas a serem respondidas, numa clara demonstração que a Paramount e a Skydance (produtoras do filme) pretendem um sexto filme da franquia. Porém, após toda a repercussão de público e crítica, acho que os planos serão adiados por um tempo. É hora de dar “hasta la vista” para a Schwarzenegger e companhia...

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