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Publicado: Sexta-feira, 19 de junho de 2015

Divertida Mente

Divertida Mente
Raiva, Nojinho, Alegria, Medo e Tristeza: as emoções base

Você já parou pra pensar como seu cérebro funciona? Entender todas as conexões que ele faz tem sido um dos grandes desafios da humanidade. Graças a diversos estudos, hoje é possível compreender minimamente a complexidade da nossa mente. E boa parte desse conhecimento é demonstrado de maneira lúdica para pessoas de todas as idades em “Divertida Mente”, novo filme da Disney Pixar que estreou nesta quinta-feira (18/06).

Com a dura missão de entreter principalmente crianças, a animação é um deleite tanto por seu design caprichado quanto por sua história bem feita. Mas engane-se quem pensa que “Divertida Mente” é um filme infantil: trata-se de uma produção madura, que aborda temas até pesados para a criançada como a depressão. Só que a obra faz isso de um jeito que só a Pixar sabe fazer, deixando tudo leve e encantador.

Em “Divertida Mente” acompanhamos a pequena Riley, uma garota que adora jogar hóquei com os amigos de Minnesota. Só que a vida dela muda drasticamente quando seus pais resolvem se mudar para São Francisco. Nova escola, nova casa, novas amizades... Enfim, um verdadeiro martírio para quem tem apenas 11 anos de idade. Só que o espectador acompanha tudo isso não através da garotinha, mas de seus sentimentos.

Alegria, Nojinho, Raiva, Medo e Tristeza são as emoções base. São elas que comandam o dia a dia da garota, tornando-a quem ela é. Só que tudo entra em colapso quando a mudança ocorre. Riley não gosta de sua nova casa, sente falta dos amigos, não se identifica com a nova vida. E nisso Alegria e Tristeza acabam sumindo da sala de controle, indo parar em outros setores do vasto cérebro da garota.

E é aí que a grande jornada começa. Perdidas, as duas emoções antagônicas tentam de toda forma retornar ao ponto de origem. Nisso acabam conhecendo áreas como o subconsciente, o depósito de memórias e o trem do pensamento, além de contar com a companhia do amigo imaginário de Riley, o encantador Bing Bong. Enquanto Alegria e Tristeza estão ausentes, Nojinho, Raiva e Medo tentam comandar tudo – porém sem sucesso. A garota fica apática, sem vida. Sintomas da depressão.

É impossível não se identificar com tudo isso. Quase todo mundo já se viu numa mesma situação que Riley, em que tudo parece perdido. E é dessa forma que “Divertida Mente” cativa e emociona. Pra melhorar, a forma como o diretor Pete Docter e sua equipe tornaram conceitos psicológicos complexos em animações de fácil compreensão torna o filme uma experiência ainda mais fantástica. Certamente uma das melhores obras da Pixar e um grande candidato ao Oscar – não só de Melhor Animação, mas também de Melhor Filme.

PS.: Como de costume, antes de um filme da Pixar sempre há um curta-metragem. E em “Divertida Mente” temos “Lava”, um emocionante filme que mostra o improvável amor de um vulcão. Já havia conferido a versão legendada na Comic Con Experience, por isso fiquei com medo da dublagem. Mas adaptação da música foi bem feita, apesar do trocadilho entre as palavras “love” e “lava” ter se perdido.

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