O fim da criatividade?
Nesta quinta-feira (14) chega aos cinemas brasileiros o filme “Mad Max: Estrada da Fúria”, que retoma a aventura de “Mad” Max Rockatansky – dessa vez interpretado por Tom Hardy. A franquia volta após 30 anos do lançamento do último capítulo, “Mad Max: Além da Cúpula do Trovão”, ainda estrelado por Mel Gibson. A crítica especializada é só elogios à produção, que deve conquistar uma boa bilheteria.
Porém, é inevitável não pensar no seguinte questionamento: acabou a criatividade no mercado do entretenimento? Pois ultimamente só temos visto retornos de franquias de sucesso (como “Mad Max”) e/ou reboots, fazendo parecer que não existem mais novas ideias surgindo. Claro que certas obras ainda rendem ótimas histórias, mas é necessário mais espaço para o conteúdo original nas telonas.
Acontece que, como todo negócio, o cinema precisa de lucro. E os executivos querem que o retorno seja o maior possível, não dando brechas para apostas e ideias mais arriscadas. É igual aquele slogan do Lula na campanha presidencial de 2006: “não troque o certo pelo duvidoso”. Tendo isso em mente, o mercado prefere investir em retornos de “Star Wars” e outras histórias conhecidas do que criar novas.
Aliás, a “guerra nas estrelas” criada por George Lucas talvez seja o maior exemplo de como o mercado cinematográfico está funcionando atualmente. Adquirida pela Disney, a franquia retorna no fim desse ano trazendo elementos novos, mas apoiados com conceitos estabelecidos desde o primeiro filme lançado em 1978. Ou seja, nada de correr riscos e mudar tudo que já foi feito até aqui.
Além disso, estamos vendo cada vez mais filmes de entretenimento adaptando histórias feitas para outras mídias, como livros, revistas em quadrinhos e até videogames. Não que essas obras sejam ruins (vide as ótimas adaptações de HQs lançadas recentemente), mas precisamos de mais conteúdo inédito. Porém, para isso, o mercado precisa mudar e o espectador se mostrar aberto a novidades. Sem isso, a criatividade vai seguir escassa...