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Publicado: Quinta-feira, 23 de abril de 2015

Vingadores: Era de Ultron

Vingadores: Era de Ultron
Os Vingadores estão de volta em um filme ainda mais grandioso!

Os heróis mais poderosos da Terra estão de volta em um filme ainda mais grandioso e cheio de efeitos especiais que o primeiro. “Vingadores: Era de Ultron”, que estreia hoje (23) nos cinemas brasileiros, traz diversos novos elementos ao universo cinematográfico da Marvel, eleva vários conceitos, porém falha em alguns pontos – porque nem tudo é perfeito. Mas nada que atrapalhe muito a trama bem elaborada e cheia de homenagens aos quadrinhos.

O cenário do novo filme também é bem diferente do primeiro. A começar pelo fato de que os Vingadores agora são uma equipe estabelecida, uma força-tarefa superpoderosa legalmente constituída. Mas isso não quer dizer que os integrantes estejam plenamente entrosados. E é desses pequenos desacordos que o grande vilão da vez faz seu planos e intrigas para conquistar seu objetivo: exterminar o grupo.

Ultron, uma inteligência artificial criada por Tony Stark (Robert Downey Jr., que segue roubando a cena), o Homem de Ferro, é o temível adversário. Com o mesmo temperamento sarcástico de seu criador, a criatura acredita que os Vingadores são o grande mal do mundo. Para isso, ele passa a investir todos os seus quase ilimitados poderes na obtenção de sua meta. Apesar da velocidade como o personagem é desenvolvido (um dos problemas do filme), é necessário dar os parabéns a James Spader, que faz uma grande interpretação.

Além do vilão robótico, “Vingadores: Era de Ultron” apresenta novos personagens. A começar pelos gêmeos Pietro e Wanda Maximoff (interpretados por Aaron Taylor-Johnson e Elizabeth Olsen, respectivamente). Quem os conhece dos quadrinhos sabe que eles são mutantes. Mas por conta dos direitos dos X-Men estarem nas mãos da Fox, eles são citados como “aprimorados”, frutos de experimentos genéticos da HIDRA.

Usados pela entidade maligna e depois por Ultron, os irmãos acabam se tornando uma pedra no sapato dos Vingadores. Wanda, a Feiticeira Escarlate, é o principal entrave. Usando seus poderes de controle da realidade, ela altera a percepção dos heróis bagunçando suas mentes. Isso resulta em momentos de total desequilíbrio de personagens como o Hulk (Mark Ruffalo), que acaba saindo na mão com o Homem de Ferro – numa das cenas de ação mais impressionantes dos filmes Marvel. Já Mercúrio, o supervelocista, não é tão bem aproveitado como em “X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido”.

Mas em meio a tantos poderosos heróis e vilões, quem se destaca em “Vingadores: Era de Ultron” é uma figura desprovida de qualquer habilidade além da compreensão: o Gavião Arqueiro. Interpretado por Jeremy Renner, o personagem ajuda a colocar o elemento humano em um grupo que conta até com um semideus – Thor (Chris Hemsworth, em uma atuação simplória) – e uma lenda viva – o Capitão América (Chris Evans, que desempenha bem o papel, mas sem se destacar). Isso faz com que ele apareça mais, saindo do segundo plano como foi no primeiro filme. A relação entre o Hulk e a Viúva Negra (Scarlett Johansson, excelente como sempre) também insere humanidade ao longa.

“Vingadores: Era de Ultron” pavimenta o caminho para a “Guerra Infinita”, próxima trama da franquia que será dividida em dois filmes a serem lançados em 2018 e 2019 – além dos filmes solos de seus heróis, como o do Pantera Negra. A criação do andróide Visão (Paul Bettany) e a citação nominal das Jóias do Infinito já introduzem o supergrupo à nova aventura. A “Guerra Civil”, subtítulo do próximo filme do Capitão América, também já começa a brotar neste filme, mostrando que os personagens ainda enfrentarão grandes problemas.

Como dito antes, “Vingadores: Era de Ultron” falha em alguns pontos. O principal, também como já citado, é a velocidade como tudo acontece. Claro, não dá pra colocar tudo no filme – senão ele passaria das cinco horas de duração – mas o desenvolvimento de alguns personagens acabou sendo rápido demais, parecendo que faltou algo. Ultron é um dos casos, mesmo com a boa atuação de Spader. Erro principalmente da direção de Joss Whedon, que não foi tão acertada como no longa-metragem anterior.

Porém o saldo final é positivo. O filme compensa o ritmo acelerado com boas atuações, uma trama consistente, efeitos visuais de primeira categoria e diversas homenagens ao material original concebido por Stan Lee e Jack Kirby nos ingênuos anos 1960. Perdendo em alguns pontos, ganhando em outros, “Vingadores: Era de Ultron” acaba ficando no mesmo nível que o excelente primeiro filme, o que é um grande feito. Mais um acerto da Marvel!

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