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Publicado: Segunda-feira, 23 de março de 2015

Interestelar

Interestelar
Matthew McConaughey, em sua melhor fase, interpreta o atormentado Cooper

Buracos negros, wormholes, teoria da relatividade... Essas e outras questões científicas são abordadas em “Interestelar”, filme mais recente do aclamado diretor Christopher Nolan (da trilogia “O Cavaleiro das Trevas” e “A Origem”). Com efeitos visuais incríveis e uma trilha sonora arrebatadora, a obra desperta a curiosidade do espectador e até levanta uma crítica sobre o consumismo desenfreado.

Matthew McConaughey interpreta Cooper, um atormentado ex-piloto que se viu obrigado a tornar-se um fazendeiro para suprir a demanda de alimentos do planeta – devastado pelo consumo das reservas naturais e por uma praga assoladora. Ao mesmo tempo, ele tem que criar sozinho seus dois filhos, já que sua esposa faleceu. Porém Cooper mostra um descontentamento com a atual situação, querendo mais para si e sua família.

Por acaso – que no fim do filme o espectador vai perceber que não foi tanto acaso assim – ele e sua filha Murph (Mackenzie Foy) descobrem as coordenadas que os levam para uma estação secreta da NASA. Lá ele descobre um arriscado plano para salvar a espécie humana: encontrar planetas habitáveis fora da nossa galáxia. Cooper acaba aceitando participar da missão, mesmo sabendo que pode nunca mais voltar.

Ao longo de suas quase três horas de duração, o filme mostra teorias científicas sendo aplicadas de forma “real” – não literalmente, claro. Conceitos um tanto difíceis de serem compreendidos, como a relatividade do tempo e a força da gravidade, são abordados, fazendo com que quem assista à obra fique ao mesmo tempo fascinado e um tanto confuso – marca registrada dos filmes de Nolan.

E o mais bacana de tudo isso é que os conceitos científicos mostrados em “Interestelar” tiveram consultoria do físico Kip Thorne, que possuí uma grande expertise no campo da relatividade geral. O roteiro assinado por Christopher Nolan e seu irmão Jonathan foi inspirado no trabalho e nas pesquisas do especialista, que conferiu “fidelidade científica” ao filme.

Além da interessante abordagem científica, “Interestelar” conta com as boas atuações de McConaughey (em sua melhor fase), Anne Hathaway (que interpreta a Dra. Brand) e Jessica Chastain (que vive a filha de Cooper na fase adulta), sem falar das excelentes participações de Michael Caine e Matt Damon. Mas pra mim quem roubou a cena foi a jovem Mackenzie Foy, que está muito bem no papel da jovem Murph.

Embalado pela excepcional trilha sonora composta pelo mestre Hans Zimmer, responsável pela sonorização de outros filmes de Nolan, “Interestelar” é uma boa pedida não só para quem gosta de ciência, mas também para os admiradores de grandes obras cinematográficas como um todo.

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