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Publicado: Sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Um case de sucesso

Crédito: Google Imagens Um case de sucesso
James Dunne III

 “Não sabe o bem que faz, aquele que faz o bem.”

Para os leitores menos familiarizados com o termo explico que case, na linguagem dos administradores, é um relato de uma atividade comercial ou industrial que tenha tido um excepcional desempenho. Pode ser um simples projeto ou um modelo de gestão. Seu maior objetivo é o compartilhamento e divulgação de uma prática bem sucedida para que seja aproveitada por outros.

É ainda uma forma de praticar o Benchmarking, que é a comparação dos produtos, serviços e praticas empresariais de uma empresa, com os mais destacados concorrentes do mercado e que tem como objetivo alcançar a excelência nos negócios.

Um perfeito relato de um case, deve conter as respostas para sete perguntas, os famosos cinco Ws e dois Hs, que são: What (O que foi feito?), Who (Quem fez?), Where (Onde foi feito?), When (Quando foi feito?), Why (Porque foi feito?), How (Como foi feito?) e How much (Quanto custou?).

Vamos ao incrível case da empresa americana Sandler O´Neill + Partners, realizado por James Dunne III, um dos três sócios-gerentes. O relato completo consta do livro Cadê os Líderes? de Lee Iacooca, pagina 120, publicado em 2.007.

Uma ação de James focada na prática de uma forte liderança durante uma crise e no cuidado com seus funcionários, fez com que a sua empresa prosperasse nas piores circunstâncias.

James Dunne III, um dos três sócios-gerentes de uma pequena empresa de investimentos, a Sandler O´Neill + Partners, era amante do golfe e dividia o seu tempo entre as suas tarefas de executivo e a prática do esporte que adotara. A sua paixão pelo golfe era tamanha que ele frequentava os clubes de golfe, até em alguns dias úteis, para melhorar as suas marcas. Veremos que essa paixão viria a salvar-lhe a vida e a vida de sua empresa.

A Sandler O´Neill + Partners estava sediada no World Trade Center em New York. Na manhã de 11 de setembro de 2001 James não estava muito interessado nos negócios. Estava treinando em um clube de golfe tentando qualificar-se para um torneio, o que veio salvar-lhe a vida, pois o ataque terrorista ao World Trade Center naquela manhã tirou a vida de seus dois sócios e de 64 de seus funcionários.

Tudo indicava que a empresa também morreria e ninguém acreditava que James fosse capaz de reerguê-la. Mas James, mostrando o dom de um grande líder, daqueles que só nascem nas crises, não só conseguiu reerguer a empresa, como fez que ela crescesse ainda mais, ficasse mais forte e melhor.

As ações de James foram impressionantes e demonstram muita força de vontade e comprometimento com as pessoas que trabalhavam na sua empresa, inclusive com os que se foram no fatídico 11 de setembro.

Sua primeira ação, mesmo antes da fumaça ter cessado, foi dizer às famílias das vítimas que a sua empresa cuidaria delas, de alguma forma, de algum jeito. Assim, em 2001 ele pagou os salários, os bônus e os lucros do negócio, como se os funcionários ainda estivessem vivos e trabalhando. Conseguiu pensões integrais e criou uma fundação para arcar com a educação de todos os filhos que ficaram órfãos. Conseguiu terapia para todos.

Quando os clientes souberam da generosidade de James, correram para lá com o fim de ajudar. Até os concorrentes também deram uma mão. Os funcionários sentiram-se motivados e a empresa teve mais sucesso do que nunca.

Histórias como essas tem um efeito motivador na maioria das pessoas. Quando a verdadeira liderança é exercida as pessoas ficam mais seguras e contribuem com o processo.

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