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Publicado: Segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Brasil

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Se o brasileiro é entretido pelo futebol, de qualidade decadente visível, insatisfeito portanto, mais embaralhada deve andar a sua mente em vista de  uma corrupção que chegou a extremos imponderáveis.

Mesmo assim, em toda segunda-feira, cada qual se levanta e parte para a luta pela sobrevivência. Nesse afã, provavelmente, não sobra tempo para reflexão sobre a vida. Vira autômato. É conduzido.

Destarte, sem se apropriar com certeza e garantia de quais caminhos o levam e para onde vai.

Viver não é correr, esfalfar-se, acenar de longe para os amigos aos quais não mais abraça como antes. Obriga-se a engolir a seco os percalços diários, sem o direito de fazer escolhas. Sofre imposições.

Se quiser é assim e se não quiser é assim mesmo.

Outra graça sem graça nenhuma, a da atualidade, tempos novos da “delação premiada” e da aplicabilidade da “leniência”.  Insuportável que surjam tais expedientes, os detratores do erário sentadinhos em poltrona larga a contar pelo menos duas ou três facetas de como assacaram os cofres do país. Mesmo assim, o pouco que relatam é deles obtido como se fora por meio de pinças, pacotinho por pacotinho. Nunca se vai saber a que ponto chegou a ousadia de todos.

Todos.

Está aí.

Todos sim envolvidos num desmanche organizado da sociedade política, com o que se termina por massacrar a sociedade civil. Esta, aqui em baixo, a ver todas as noites no Jornal Nacional as novas descobertas da roubalheira impune.

Percebem os amigos que no fundo, todos se misturaram na mesma lama e que ainda só se questionam diretores e altos funcionários? Quando virão à lume o nome dos políticos envolvidos? O Judiciário ao que consta os saberia, ao menos parcialmente, e, precavidamente, por ora os mantêm escondidos.

O partido do Vice Presidente, tal como se fora impoluto, ameaça o da Presidência, este agora com as feridas já expostas. Prometida para estes dias reportagem laudatória em edição nacional e na qual, sem medo de errar, pode-se prever um derramamento de falácias a pretender surgir como a grei isenta e salvadora da pátria.

Que não se iluda ninguém que de todos os lados, se assim o Judiciário o conseguir, muita podridão pode vir à tona.

Para usar da mais vulgar das citações, o país, vergonhosamente, transformou-se num saco de gatos. Haja deposição da mandatária-mor, quem assume? Alguém impoluto?

O que se suspeita é que, aos poucos, tudo vai ganhar feição de banho-maria e todos se salvam.

Não há nome límpido no Brasil para agir na safadeza da política e, houvesse talvez, seria sufocado. Tudo está nas mãos deles.

Só um teste final:

Cite agora, rapidinho, três nomes da política brasileira, límpidos a toda prova.

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