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Publicado: Sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Marco Polo

Crédito: Divulgação Marco Polo
O estreante Lorenzo Richelmy se sai muito bem na pele do explorador italiano Marco Polo

Quando a Netflix anunciou que faria uma série baseada nas aventuras do famoso explorador italiano Marco Polo todo mundo soube que vinha coisa boa. E as expectativas foram confirmadas em dezembro, mês em que a produção finalmente estreou. Repleta de intrigas políticos e sexuais, o seriado reforça o tino do serviço de streaming em produzir obras originais de qualidade.

“Marco Polo” é a maior aposta da Netflix desde “House of Cards” e “Orange is the New Black”, séries que conquistaram uma legião de fãs e estão sempre presentes em premiações das melhores produções de televisão – mesmo não sendo realmente exibidas pela televisão convencional. Ainda é cedo para afirmar, mas acredito que essa nova obra tem tudo para repetir o sucesso dos exemplos citados.

Uma das grandes coisas de “Marco Polo” é Lorenzo Richelmy, ator italiano desconhecido do grande público. Ele, que interpreta o personagem-título, até então não havia participado de produções como essa, mas se sai muito bem em seu primeiro grande trabalho. Conseguiu facilmente se adaptar à história e passar, às vezes apenas com o olhar, o que o ainda jovem explorador sente.

Mas quem rouba a cena na série é Benedict Wong, que interpreta o grande imperador mongol Kublai Khan. Os melhores momentos dessa primeira temporada de “Marco Polo” contam com o personagem, que é vivido com extrema habilidade pelo ator britânico descendente de honconguêses. Joan Chen (de “Twin Peaks”), interprete da imperatriz Chabi, também é outra que merece os parabéns.

Só que nem só de boas atuações vive uma grande série: também é preciso uma produção caprichada, diálogos bem construídos e ambientação perfeita. E em todos esses pontos “Marco Polo” consegue resultados excelentes. A recriação do Império Mogol do século 13 é impressionante, pois cada detalhe foi lembrado. O roteiro também é muito bem executado, resultando em frases memoráveis.

O antagonista dessa primeira temporada também dá um verdadeiro show. O chanceler chinês Jia Sidao, interpretado por Chin Han (você deve lembrar-se dele por “Batman: O Cavaleiro das Trevas”), que quer levar a dinastia Song à uma guerra contra o Império Mongol, se mostra um personagem fascinante ao longo dos episódios – em que ele prepara suas tramóias com a irmã Mei Lin (Olivia Cheng).

Porém “Marco Polo” tem alguns defeitos, sim. Muitas vezes a série não parece que é sobre o desbravador italiano, e sim sobre o Império Mongol e seus conflitos com o resto da Ásia. Outra coisa que não desce é a atuação de Remy Hii, que faz de maneira um tanto forçada o príncipe Jingim. O romance de Polo com Kokachin (Zhu Zhu) também não é um dos pontos positivos da série, se perdendo em meio às demais tramas.

Mesmo com esses pequenos problemas – que podem ser facilmente reparados para a já confirmada segunda temporada – “Marco Polo” é uma das grandes séries da atualidade e prova de que a televisão americana vive seu melhor momento. Que a obra de John Fusco siga por mais e mais temporadas e possamos ver todas as aventuras do grande explorador italiano.

PS: tive o prazer de encontrar com Lorenzo Richelmy, Chin Han e Olivia Cheng na Comic Con Experience. A energia deles é fantástica. Mostra que rolou uma boa química entre o elenco, qualidade inerente de uma boa série. Sucesso a eles!

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