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Publicado: Sábado, 27 de dezembro de 2014

Fecham-se as cortinas

Fecham-se as cortinas

De fato, 2014, está nos seus estertores finais, como a se revolver e não se entregar de vez. Debalde.

A inexorabilidade do fecho de um ano atende exatamente a imperiosa e improrrogável abertura do novo.

Até para que 2015 sueja, confiante e esperançoso, com menos agruras.

Claro que numa crônica semanal, breve até por sua natureza, um gênero específico da literatura, hoje assim aceito e consagrado, como tudo quanto se redija, no gênero da mera digressão e do diletantismo, nela, numa crônica não se poderia abarcar todos acontecimentos, favoráveis e inglórios.

Verdade. A crônica, de papo ligeiro, galgou foros próprios, de textos com boa aceitação.

Ademais, nem tudo pode ser róseo durante 365 dias seguidos. Mas, 2014 não vai deixar muitas saudades, não. Sejam esquecidos os sete a um, fique para trás a crise hídrica e não adianta mesmo sonhar com um Brasil sério, porque os interiores apodrecidos da gestão da Petrobrás vieram à tona. É de ontem por sinal, 23/12, a bomba de que a empresa genuinamente nacional está sendo processada no exterior, tanto a, empresa em si como seus dirigentes, nas filiais dos Estados Unidos. Os americanos deram entrada nos tribunais, em face de papéis vendidos aos milhões, prometedores de lucros altos. Até fundos de pensão de lá adquiriram tais papéis, hoje de valor raso e sem credibilidade.

Nota negra, até neste fim de carreira de pai e filha, o clã dos Sarney, à última hora, ao deixar o mandato, cuidou de proceder a uma vultosa reserva de dinheiro, para pagamento de precatórios a credores escolhidos por eles, pai e filha. Deputado federal de partido do governador eleito teria entrado com recurso contra essa infâmia.

Aponte-se também uma lacuna usual a cada eleição municipal, com o sistema de os partidos permutarem secretários entre as prefeituras. Esse expediente maroto distancia ainda mais as autoridades do povo. Ninguém dos eleitores se sente respeitado e ouvido na sua própria cidade. Gostariam os ituanos de travar contatos com gente conhecida e de casa, com quem você encontra na rua, no comércio, de quem afinal de contas você sabe o nome.

Oportuno,-  oportuno aos mandantes,- o hábito de tomar de ituanos atendimento antes feito por gente de casa e que não deixava nada a dever. Ao se passar por Salto, a qualquer hora, você vai fatalmente ver um ônibus da Nardeli, empresa de ônibus tradicionalíssima, sempre a mesma, de muitos anos até hoje. Bate, a essas horas, uma saudade imensa da companhia de transporte urbano, genuinamente ituana, a dos Servezão. Gente de casa.

Quanto ao SAAE, para quem até agora se poderá dizer tenha sido satisfatória a desastrosa concessão a terceiros dos serviços de água e esgoto? Para o povo, nunca. Sem falar que uma delas ainda retaliou e ganhou causa movida contra a própria Prefeitura local. Ao invés de um retorno ao SAAE, nova concessão. Deu no que deu.

Imperdoável a falta de sinceridade, o desrespeito mesmo a seus eleitores, quando um político salta de uma ala para outra.Que desapontamento...

Enfim, no rol exíguo das boas notícias de 2014, entre outras, registre-se a oportuna mediação do Santo Padre o Papa Francisco, em outubro, que culminou agora com a retomada de relações entre os Estados Unidos e Cuba.

Um aceno feliz também pelo feito extraordinário do menino Gabriel Medina, o primeiro brasileiro a sagrar-se campeão mundial de surf.

Ao virar mais uma página da história, que o esperado ano de 2015 leve todos a uma profunda reflexão de como, cada um de per si, possa ser melhor, mais próximo de pessoas amigas ou não e com uma dose enorme de respeito para consigo mesmo e para com terceiros.

Não seja nenhuma pessoa desrespeitada e decepcionada por ninguém.

E que até 2030, pelo menos, viva-se a era nova da política honesta e insuspeita.

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