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Publicado: Domingo, 9 de novembro de 2014

" Ad majora "

 O título ali em cima é apenas chamativo.

Diga-se um pouco, não mais de que quirera, da gente ituana e das coisas desta cidade.

Boas e más.

É como se todos pegassem de um megafone e, em multidão, produzissem um alarido infernal para oferecer ao Executivo municipal boas ideias e sugestões, não para solução definitiva mas apenas como medidas provisórias para minorar o sofrimento da população.

Fala-se intensamente e repetidamente que houve desaviso em afixar caríssima tubulação por mais de vinte quilômetros, quando, em verdade, com um quinto desse dispêndio poderia ser endereçada a água do Mombaça, para aqui chegar sozinha por gravidade. E por que não se repensa a obra?

Ficou patenteado que a concessionária decepcionou os ituanos desde sua instalação. Para quem nunca precisou, saiba que o mero e simples atendimento nos balcões do seu escritório é o pior possível. Então por que, diante de tanta evidência, a Prefeitura não cogita de denunciar os péssimos serviços. Tudo muito estranho.

Bem, que venham outros assuntos.

Por exemplo, a outorga da medalha da solidariedade à GAFI, na sexta premiação anual, criada pela ACADIL e inspirada na personalidade do sempre bem lembrado, Dr. Ermelindo Maffei. Aconteceu na Casa do Barão, sábado, 9. Na mesma solenidade, entrega de prêmios de concurso literário junto às escolas. Mesmo assim, esses pleitos serão tema de crônica exclusiva, especial, até pela surpresa ao se conhecer a impressionante atuação do GAFI.

A Praça da Independência – o Largo do Carmo – transformou-se no mais concorrido e amplo espaço de encontro popular nas noitadas ituanas, com boas lanchonetes e restaurantes ligeiros. No final de semana, esse público aumenta pela frequência dos turistas. Muito bom.

Bem à mão agora, o supermercado inaugurado dia 30 último, o DIA, na Praça Dom Pedro I. O Espaço Fábrica, a Academia de Ginástica mais o oportuno Poupa-Tempo, concorrem igualmente para dar o ainda maior relevo àquela região. Faz exceção a Câmara de Vereadores, cujos ocupantes se perderam no conceito do povo, pela pouca representatividade. Essa descrença foi tanta que virou repúdio através de gritante protesto.

De se esperar um ajardinamento acolhedor e bem planejado, no entorno dos córregos que estão sendo canalizados. Espera-se que resulte dessa obra gigantesca um alongado parque a se constituir na mais amena região de folguedos e passeios de ituanos e visitantes.

Infelizmente, não se reconhece na gente ituana, vista sua população como um todo, um norte uníssono, conciliatório, catalisador.  Uma pena. Em qualquer tentativa do gênero, para quem já se envolveu aqui e ali para tomadas de posição em favor da comunidade principalmente, sabe que em pouco tempo os interesses se chocam e tudo se dilui. Tem sido assim. Desagradável reconhecer, mas a história e os fatos comprovam.

Ouviu-se algures e não faz tempo, o dizer de eminente cidadão que após longa reunião para tentar coordenar ações na direção de determinado bem comum, mal terminou sua fala, outro destacado participante secou tudo com um breve : Eu não concordo.

Os presentes todos, só não pegaram o chapéu porque não usam esse complemento. Mas foram embora calados.

De outra feita, num conclave de projetos para a comemoração dos 400 Anos de Itu, numa palestra denunciadora de que Itu, terra de ilustres personagens do passado, careceria de muitos monumentos a adornar praças da cidade, alguém, sem ao menos se levantar da cadeira, proclamou ao final, para espanto de todos, um noutro contundente: Eu não concordo!

Esse constrangimento para o palestrante fora felizmente salvo na ocasião, porque, à saída, foi longa a fila dos que fizeram questão de cumprimentar e solidarizar-se manifestamente com a feliz e oportuna propositura.

Aliás, falhas desse teor ainda perduram.

Além de um Almeida Júnior retirado da Praça do Carmo, agora meio escondido  na distante Praça que lhe dá o nome, existe a herma de Padre Bento, também transferida da Praça Padre Miguel para o jardim contíguo à Paróquia Senhor do Horto.

Contundente, entretanto, a mais não poder, é permanecer relegada ao pátio da escola, o monumental conjunto doado ao Regente Feijó. Quem passa nem o percebe.

Chegara a ser fundada, depois de ingentes esforços, a Câmara de Arbitragem de Itu. Sugestão feliz e interessante de um cidadão não ituano que ao cabo de dois ou três anos não teve outra alternativa, senão ir embora. Numa das assembleias, a cada parecer, ouvia-se de alguém, ora um ora outro, uma discordância. A Câmara, que já estava em funcionamento, acabou desativada.

Nos tempos do Seminário do Carmo, havia um excelente colega e amigo que apreciava fazer sonoras proclamações na língua latina, que, ali, se estudava como uma das principais matérias. Entre outras, era de sua predileção repetir: “Ad majora nati summus” , o que em português bem livre se traduziria como – Nascemos para feitos altivos.

Itu, pela sua história, deveria marcar mais sonoras e grandiloquentes suas esquecidas origens e com elas sim, implantar-se no cenário nacional.

 

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