Colunistas

Publicado: Terça-feira, 28 de outubro de 2014

Philomena

Philomena

“Philomena” concorreu à melhor filme do Oscar no ano passado, mas não levou. Com uma historia baseada em fatos reais, o filme conta a história da simpática senhora Philomena (Judi Dench) que procura seu filho depois de 50 anos guardando esse segredo para si. Por meio de “flash-backs” é contada a história dela, de como ela perdeu sua virgindade e o que ela passou num convento depois que seus pais não queriam mais vela e que ficou grávida no meio do caminho. Ela conta sua história para um jornalista recém-demitido por uma acusação que supostamente não fez. Martin Sixsmith (Steve Coogan) interpreta o jornalista que ajuda Philomena na busca de seu filho perdido.

O filme apresenta elementos interessantes como o seu próprio roteiro que apesar de clichê apresenta uma história interessante e a construção de seus personagens também. Apesar de ser um filme britânico, ele se situa muito nos E.U.A, o que reforça o porque do filme ser indicado ao Oscar, o fato do filho de Philomena ser adotado e levado para América contribui para isso. Michael (Sean Mahon) cresce em outro país e vira uma pessoa importante, acessor de alguns presidentes e membro do partido republicano. Nessa parte que Philomena descobre sobre seu filho achei interessante, porque o filme faz uma crítica a America, que mesmo você sendo um imigrante e conseguindo um cargo importante e conseguindo o “american dream” você não é igual a nos. Fato isso é que Michael é gay, e ele nunca assumiu abertamente esse fato. E como é mostrado no filme, vemos que ele se escondia por isso.

Mas uma coisa séria que o filme meio que abandonou de lado foi o fato do convento que Philomena ficou não ser denunciado e como uma coisa grave que é o trabalho forçado, ou quase escravo e também o abuso de menores, serem completamente esquecido no filme.

Quando Martin e Philomena descobrem que Michael a procurou, mas as freiras do convento onde ele ficou mentiram para ele. Ela simplesmente perdoa as freiras, um exemplo muito bonito de perdão, mas e a justiça como fica? Foram praticados vários crimes a favor do que pode se dizer de “religião” e não são puníveis, simplesmente perdoados. E nesse ponto achei fraco e clichê, um filme de auto-ajuda totalmente dispensável sobre uma mulher que se culpa o filme todo por algo que foi “obrigada” a fazer e no momento final em que pode ajudar outras famílias, simplesmente perdoa ou para mim ela quis esquecer um ponto trágico de sua vida.

Philomena é um típico filme que faz denuncias sociais gravíssimas, ainda mais uma oligarquia que é a igreja católica, mas do meio para o fim, muda totalmente seu foco. Para voltar a ser um filme para Oscar e ser fofo do começo ao fim. Um típico filme para imbecil que não quer ver o que aquela obra quer dizer ou está gritando o tempo todo, mas prefere esquecer e achar fofo, ou melhor, perdoar uma injustiça como sua personagem “Philomena”, uma mulher que sempre vai se culpar por algo que não cometeu. Coisa que a igreja é campeã em fazer.

Nota do crítico: Primeiramente quero pedir desculpas para o meu público, não quis chamar ninguém de imbecil. Segundo para os católicos, ou a própria igreja já que é injusto o erro de poucos ficarem na mão de vários que fazem excelentes trabalhos e ajudam outras pessoas sendo de religiões ou não.

Comentários