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Publicado: Terça-feira, 30 de setembro de 2014

O fraco começo de Gotham

Crédito: Divulgação O fraco começo de Gotham
James Gordan dá uma lição no jovem Pinguim - que merece cada safanão, de tão caricato que é

Gotham, série que estreou na segunda-feira (29) no Warner Channel, começou mal. Roteiro desencontrado, péssimas atuações e um ritmo atrapalhado fizeram do episódio piloto um amontoado de erros. O que é muito triste, pois a premissa da produção é boa: mostrar como era Gotham City antes do bilionário Bruce Wayne se transformar no vigilante mascarado conhecido como Batman.

Se você não gosta de spoilers, sugiro que pare de ler esse texto aqui. A série mostra logo de cara o assassinato dos pais do jovem Bruce (David Mazouz), Martha e Thomas. Até aí, nada de novo. A cena, que já foi retratada no cinema, é idêntica à vista nas histórias em quadrinhos, mas com uma pequena diferença: é observada atentamente por uma jovem ladra chamada Selina Kyle, que mais pra frente virá a ser a Mulher-Gato.

A série começa a descambar quando apresenta, de maneira equivocada, os demais personagens. Conhecemos o jovem detetive James Gordon – interpretado sem brilho algum por Ben McKenzie –, ainda iniciando sua trajetória no departamento de polícia de Gotham City. Também somos apresentados ao parceiro de Gordon, Harvey Bullock – papel de Donal Logue, o único que se salva no elenco.

Mas o maior erro de Gotham talvez seja um vilão, mais precisamente o Pinguim. Oswald Cobblepot (Robin Lord Taylor) foi transformado num mero e afetado assistente da personagem especialmente criada para a série, Fish Mooney (Jada Pinkett Smith). Ele me lembrou o Crô, personagem criado pelo novelista Aguinaldo Silva e que apareceu num filme homônimo e na novela global Fina Estampa.

Pra piorar, os produtores lotaram o piloto de Gotham com outras referências do cânone do Homem-Morcego – o que tornou tudo muito confuso, principalmente se a intenção era trazer um público que não conhece as HQs. Some a isso um ritmo descoordenado, em que novas cenas e tramas surgem sem coerência, e temos uma verdadeira bomba televisiva.

Já julguei outras séries apenas pelo primeiro episódio e me arrependi – como Orange Is The New Black, que se tornou uma das minhas preferidas –, mas arrisco afirmar que Gotham, assim como a cidade fictícia, não tem salvação. A não ser que apareça um Batman e coloque ordem em tudo...

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