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Publicado: Terça-feira, 27 de maio de 2014

X-Men: Dias de um Futuro Esquecido

Crédito: Divulgação X-Men: Dias de um Futuro Esquecido
Até o Mercúrio oitentista vivido por Evan Peters consegue agradar nesse novo X-Men!

Devo confessar que não tinha muitas esperanças com esse filme desde que o diretor Bryan Singer anunciou seu retorno à franquia. Simplesmente não consigo gostar das duas primeiras produções dirigidas por ele – muito menos as bombas seguintes (X-Men: O Confronto Final e X-Men Origens: Wolverine), originadas diretamente de suas obras. Porém, o filme que teve menos (quase nada) do universo concebido por Singer era meu favorito: X-Men: Primeira Classe.

Com a premissa de dar uma nova origem para o super-grupo de mutantes, o filme de 2011 foi uma grande (e grata) surpresa. Então por que raios a Fox resolveu mexer em time que está ganhando? Explico: apesar da crítica ser apenas elogios a Primeira Classe, o longa faturou menos que todos os outros – menos o primeiro, lançado em 2000, ano que a febre dos filmes baseados em quadrinhos ainda não existia.

Por isso, Singer e grande parte dos atores da trilogia original retornaram em X-Men: Dias de um Futuro Esquecido, o grande lançamento deste mês. Reunindo a nova e a velha guarda, o filme tem como trama uma engenhosa viagem no tempo com o objetivo de impedir uma realidade alternativa em que os Sentinelas, robôs gigantes caçadores de mutantes, dominam o planeta e exterminam até mesmo os humanos.

O filme consegue dosar humor, ação, drama e muitos easter eggs para os fãs ao longo de seus 131 minutos de duração. Como muita gente descreveu, Dias de um Futuro Esquecido é muito mais Primeira Classe que Bryan Singer – e isso é, definitivamente, um elogio. É um filme feito tanto para o leitor de quadrinhos quanto para quem nunca ouviu falar dos mutantes. E ambos sairão do cinema com um sorriso no rosto.

Um dos grandes destaques desse novo filme é a participação mais que especial do mutante Pietro (mas aqui chamado de Peter, sabe-se lá por que) Maximoff, o Mercúrio (Evan Peters). Seu poder (super-velocidade) é muito bem aproveitado na trama e consegue desviar totalmente o foco do figurino brega usado por ele e que tanto desagradou desde que as primeiras fotos oficiais surgiram na rede.

Na verdade, os poderes de praticamente todos os mutantes são bem explorados, como os da mutante Blink (Bingbing Fan). Apesar de aparecerem pouco em tela, as cenas dos X-Men do futuro são muito boas e elevam ao máximo a tensão na corrida contra o tempo para salvar o mundo. Isso sem contar que é a oportunidade revermos Patrick Stewart e Ian McKellen, respectivamente Professor Xavier e Magneto da velha guarda.

Hugh Jackman novamente encarna com perfeição o feroz Wolverine, que tem grande importância no filme – mas não é o centro das atenções como nos filmes anteriores. Os protagonistas de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido são mesmo as versões do passado do Professor Xavier (James McAvoy), Magneto (Michael Fassbender) e Mística (Jennifer Lawrence).

Numa espécie de “triangulo amoroso” ideológico, Charles Xavier e Erik Lehnsherr travam uma verdadeira batalha para cooptar a outrora ingênua Raven Darkholme, hoje uma perigosa mutante em busca de vingança. Essa disputa de ideais e pontos de vista é a chave para que o futuro distópico vivido pelos X-Men da velha guarda não se torne de verdade.

Melhor filme da franquia, X-Men: Dias de um Futuro Esquecido une bom roteiro e atuações dignas com o excelente entretenimento descompromissado que é marca registrada das produções baseadas em quadrinhos. Isso sem falar no final, que promete agradar demais os fãs dos primeiros filmes. Vale o ingresso!

PS: Fique até o projetor desligar, pois há cena pós-créditos!

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