Colunistas

Publicado: Terça-feira, 25 de março de 2014

300 - A Ascensão do Império

Crédito: divulgação 300 - A Ascensão do Império
A atuação de Rodrigo Santoro no novo 300 é tão inexpressiva quanto sua carreira no exterior

Lançado em 2006, 300 – a adaptação para os cinemas da épica história em quadrinhos escrita e desenhada por Frank Miller – foi um sucesso imediato. A expressão “This is Sparta”, bradada pelo personagem Leônidas (Gerard Butler), virou meme antes de sabermos o que é um meme. Querendo aproveitar desse sucesso, a Warner resolveu adaptar outra HQ de Miller: Xerxes. O resultado é o pavoroso 300 – A Ascensão do Império, em cartaz nos cinemas.

Com roteiro confuso e atuações péssimas, o filme fica muito aquém do primeiro. Usando e abusando do slow motion (numa clara inspiração ao “rei” do recurso e diretor do filme original, Zack Snyder), a nova obra é uma reunião de clichês e frases de efeito mal colocadas. Apelando para a ultra-violência e a sexualização dos personagens (masculinos e femininos), a filme dirigido por Noam Murro não merece o título de mais visto nos cinemas brasileiros em 2014.

Eva Green, no papel da ambígua vilã Artemísia, é mero objeto decorativo. Sua interpretação simplória é um desrespeito para a personagem – uma das raras mulheres em posto de comando em obras de ficção. Sullivan Stapleton, no papel do general Temístocles, tenta ser um Leônidas, mas consegue chegar ao nível de um Ricardo Macchi – o eterno Cigano Igor.

Além das fracas atuações, o filme insiste no maniqueísmo barato de que os gregos são os bons e os persas são os maus da trama. A história do mundo prova que nunca houve uma divisão tão simplória em tempos de guerra. Por mais que esse seja um retrato da visão grega do acontecimento, dividir dessa forma me parece extremamente equivocado.

Ah, não posso esquecer de falar da participação do brasileiro Rodrigo Santoro no filme. Ele, que novamente raspa todo o pelo do corpo para viver o deus-rei Xerxes, tem uma atuação curta e apagada – e, pra piorar, a voz dele é dublada para passar a impressão de superioridade e divindade do personagem. Em resumo, 300 – A Ascensão do Império é um filme medíocre que tenta – sem sucesso – usurpar o sucesso do primeiro longa.

Comentários