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Publicado: Terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

A Menina que Roubava Livros

A Menina que Roubava Livros
Rush e Nélisse: atuações corretas e emocionantes

Alemanha nazista, tempos de guerra. Em meio a esse cenário, surge uma garota que, ao invés de roubar comida para saciar a fome que assola sua família e ela, prefere “pegar emprestado” livros. Através da literatura, Liesel Meminger (Sophie Nélisse) encontra refúgio naqueles dias cinzas e tristes propiciados pela Segunda Grande Guerra.

Dirigido por Brian Percival, a adaptação do best-seller A Menina que Roubava Livros (escrito por Markus Zusak e que ainda não li) é um filme singelo e terno. Além da produção caprichada e da bela trilha composta por John Williams, a obra conta com as emocionantes e corretas atuações da promissora Nélisse e do veterano Geoffrey Rush, interprete do pai adotivo de Liesel.

Narrado pela morte (com voz de Roger Allam), o filme talvez peque apenas no fato de não explorar o peculiar hábito da menina de roubar livros, se preocupando mais na questão do nazismo e a perseguição aos judeus. Não que isso seja menos importante, mas esvai a essência da história – porém, devo reforçar, não li o livro para saber como isso funciona nele.

Emocionante do começo ao fim, o filme traz reflexões importantes e atuais. Como não relacionar a perseguição aos judeus contada na história à discriminação vergonhosa aos negros e menos afortunados que acontecem hoje em dia? Sim, atualmente não há câmara de gás (não que eu saiba), mas existem pessoas que chegam ao extremo de prenderem outras a um poste – pelo pescoço.

Mas, mais do que qualquer fundo político-social possa sugerir, o filme conta uma história de amor. Amor à vida, amor de pai e mãe à filha adotiva, amor de amigos verdadeiros e de irmãos postiços. Amor à literatura, ao doce hábito de ler e contar histórias. Amor de uma garota a um mundo que nunca lhe deu nada, mas que mesmo assim sabia aproveitá-lo: à sua maneira, através das palavras de um livro.

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