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Publicado: Sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

60 anos!

Crédito: Álbum de família 60 anos!
Obrigado!

60 anos!

 

             É incrível como a vida passa rápido, como a existência é uma quimera.

             Lá se foram 60 anos desde que o pequeno filho do velho cabideiro Francisco Martins Jr., e da Dona Sebastiana, nasceu, em uma pequena casa, no quintal da Casa da Marquesa de Santos, em Brigadeiro Tobias.

             O pai foi a “parteira”, alguns dos irmãos mais velhos, testemunhas. A irmã Alcione, um ano e tal mais velha, bateu palmas, jogou uma chupeta para o menino e falou: “Pelé veio!”, antes mesmo de surgir nosso querido jogador santista.

             60 anos!

             Lá se vai uma existência, e lá se vão centenas de estórias e histórias que encantam a alma, se constituindo de mola propulsora para o futuro.

             Vieram as mudanças. Primeiro de Escola, quando o “pequetucho” com apenas 9 (nove!) anos de idade “peitou” o pai e disse que não estudava mais em Brigadeiro, queria estudar em Sorocaba, no Visconde de Porto Seguro.

             De onde tirou esta ideia, não se sabe ao certo, mas o fato é que, ao receber, sozinho, em uma tarde de sábado, seu “diploma escolar”, descobriu que existia o Ginásio, nome do curso para quem continuava os estudos, da quinta à oitava séries.

             A mudança para Itu.

            Nos dias de semana, sorveteiro no Quartel; Nos finais de semana, baleiro no Cine Marrocos. À noite o Ginásio, feito no querido Colégio Regente Feijó, uma das mais incríveis Escolas então existentes no Brasil, com um nível cultural e intelectual elevadíssimo, e a nobreza do Professor João dos Santos Bispo impregnando os corredores, os pátios, e iluminando a Cidade de Itu.

            Os concursos públicos e a mudança para a Capital.

            O trabalho na CEF por treze anos. Um tempo de incrível felicidade, conquistas e realizações, fazendo parte, por seis anos, da equipe de um dos mais dignos, maiores, e mais humanos administradores que o Brasil já conheceu, o Dr. José Armando Raucci, em sua Gerência de Administração, na Avenida Paulista, até a entrada do Brasil na década perdida de 1980, quando o país descobriu a corrupção pesada, o jogo duro dos incompetentes. A CEF, então uma ilha de dignidade e atenção ao público, deixou para trás os princípios que a norteavam, por mais de cem anos, para compactuar com o jogo em vigor, até permitir que o dinheiro do FGTS fosse usado para os devaneios de poder de uma certa primeira dama.

            A escolha pela educação dos filhos, e a própria, nos Estados Unidos, depois na Europa. Um tempo de descoberta da base de nossa civilização, do mundo tecnológico, e da disciplina. Sim, da disciplina. A percepção de que só com disciplina se consegue um desenvolvimento sustentável, interior e exteriormente.

            Incrível como o Ser Humano pode “ser humano” quando deseja sê-lo!

Incrível como se pode mudar a história, como se pode alterar o curso dos acontecimentos, se o desejamos de fato.

            E o curso dos acontecimentos foi alterado, com certeza.

            O “pequetucho” descobriu que, sendo uma célula social, poderia, e deveria influenciar as células ao redor, e não só ser influenciado por elas.

            A chegada de Itamar Franco à presidência. Um dos mais humildes, dignos e competentes presidentes que este país conheceu.

            O “Plano Brasil” e a  formação da “Equipe do Real”, comandada pelo Professor Fernando Henrique Cardoso, com o início do retorno do país à realidade, e o retorno da família ao Brasil.

             Vieram as pesquisas, a Metodologia dos Sons, os congressos e mais descobertas, sendo que a principal delas foi a percepção do “ser universal” responsável por ensinar a “condição humana” do E. Morin, e por perceber-se como humano, portador das cegueiras do conhecimento, que nos levam, a todos, e principalmente àqueles que se auto proclamam “intelectuais”, ao erro e à ilusão. Conduzem-nos e nos induzem aos erros mentais, intelectuais e da própria razão.

“Nossos sistemas de ideias (teorias, doutrinas, ideologias) estão,

 não apenas sujeitos ao erro, mas também protegem os erros e

 ilusões neles inscritos. Está na lógica organizadora de qualquer

sistema de ideias resistir à informação que não lhe convém ou

que não pode assimilar. As teorias resistem à agressão das teorias

inimigas ou dos argumentos contrários.”

            Esta percepção é belíssima no sentido de que nos mostra o quanto há, ainda, a ser descoberto, e o quanto pode, ainda, ser visto e revisto.

 “A verdadeira racionalidade, aberta por natureza, dialoga com

o real que lhe resiste. É o fruto do debate argumentado das ideias,

e não a propriedade de um sistema de ideias. O racionalismo que

ignora os seres, a subjetividade, a afetividade e a vida é irracional.

A racionalidade deve reconhecer a parte de afeto, de amor e de

arrependimento. A verdadeira racionalidade conhece os limites da

lógica, do determinismo e do mecanicismo; sabe que a mente

humana não poderia ser onisciente, que a realidade comporta mistério.”

            60 anos!

            O término de uma fase e o início de outra, mais tranquila, mais serena, porque assentada na compreen

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