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Publicado: Segunda-feira, 18 de março de 2013

Coisas do Divino Espírito Santo

SÃO FRANCISCO

Rotas as amarras

Que o prendiam

A terrenal vitória,

Viaja liberto, intocável, inconfundível,  impalpável, desafiante,

Volátil, no tempo,

Imantando agulhas, orientando nortes,

Em movimento sutil, constante,

Incontido, alado e ascendente

De espiral constante,

Imanente !!! Transcendente ! . . .

Projetando-se  inconfundivelmente

Em confronto de sua essência humana ,

Da rude crueza e dualidade ,

Da matéria consciente

Na soberana quanto soberba, inspirada e inspiradora

Sutileza e unicidade

De perene voo,

Planando espaços únicos, infinitos,

Nos imprevisíveis, evolutivos e incomensuráveis tempos,

Nas lutas  intermináveis do espírito,

Transformador da matéria,

Transformando-se ele mesmo,

Mágica e conscientemente

Em “pomba de Paz”,

Fluindo, pairando, influindo, inspirando, fortificando,

Emergindo de si

Lúcida esperança de esplendorosa luz,

Sem pompa, falsa modéstia, gáudio infundado ou limite para   impiedosa agrura,

Sem cortejo à falsa egocêntrica fortuna mundana,

Palmilhando descalço e em farrapos,

Intima e solitária amargura de cruz terrena,

Na serenidade confiante, plena, na cordura e no confronto,

Na ação vital e exemplar samaritana do amor sem fronteiras

E, no  desafio destemido, determinado,  do próprio esplendor do seu espírito.

 

Erasmo Figueira Chaves

(escrito em 6/9/1988 para a interpretativa “Escultura de São Francisco” de minha autoria, exposta temporariamente na Exposição da Biblioteca Municipal de Cabreúva.

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