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Publicado: Terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Alimentação é escolha

Na VEJINHA de 13/02 (p. 8) deu que o consumo de orgânicos cresceu estimados 40% no país entre 2011 e 2012, uma ótima notícia que demonstra que cada vez mais gente está preocupada com uma alimentação saudável como caminho para manter o corpo também saudável. Infelizmente, porém, esta turma ainda é minoria quando se trata de fazer as escolhas certas em relação à comida de todos os dias.

São diversos os fatores que influenciam nossa saúde, entre outros: o meio ambiente que nos cerca (como a qualidade do ar que respiramos, a água que consumimos ou a radiação a que estamos expostos), o modo como lidamos com o stress (seja o criado por nós mesmos ou aquele derivado de fatores externos que não podemos tirar do caminho), a qualidade de nossos relacionamentos pessoais, nossa alimentação e também a genética. Destes, a alimentação é a variável mais fácil de influenciar, pois depende exclusivamente de uma decisão pessoal, de estipular novas prioridades, apesar da resistência que o nosso cérebro impõe a qualquer mudança de hábitos. Além disso, o nosso paladar é moldado pelo excesso de sal, açúcar e gordura (=conservantes) e pela adição de glutamato monossódico (realçador de sabor) dos alimentos industrializados ou comprados prontos, fazendo com que a comida caseira pareça sem graça nem gosto. Juntando a preguiça do nosso cérebro diante de mudanças mais a deturpação de nosso paladar causada pelos aditivos químicos é fácil entender porque existe, nos supermercados e lanchonetes/restaurantes, muito mais oferta de salgadinhos, biscoitos, doces, sanduíches, pizzas e salgados do que de frutas, legumes e verduras. Dados do IBGE corroboram esta constatação: A participação das frutas frescas no consumo total de alimentos caiu de 12% em 1987 para 6% em 2002 e a das hortaliças frescas caiu de 13% para 8%.

É incontestável que o fast food é barato e prático, e é compreensível que muita gente não tenha tempo ou vontade de preparar uma refeição após um longo dia de trabalho, quando a opção do lanche se impõe cada vez mais. Sem dúvida custa tempo comprar ingredientes frescos, higienizá-los, picá-los e temperá-los. Mas será que não vale a pena em nome da saúde e do bem estar? Será que a novela ou as redes sociais merecem mais atenção do que o preparo de um jantar em família com ingredientes frescos e saborosos? E, melhor ainda, se forem produzidos localmente e conforme a agricultura orgânica (sem agrotóxicos)?

Então, a alimentação é uma questão de escolhas e de prioridade, sua saúde que o diga.

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