Ler para ser
Ler, para SER,
Pois sem o hábito de o fazer
Não há como conhecer! . . .
Limitando-nos aos conceitos
Oriundos do humano amanhecer.
Se a leitura de fato não acontecer,
Se livro não tivermos para ler,
Se livros forem apenas coisas para “literatos”,
Se “apenas sono” é a sensação que essa apropriação nos produz,
Limitados ao lazer do lúdico prazer ,
Ficamos todos com escasso parecer
Na área do saber,
Restritos ao que for e vier
ao belo vai vem, ou não tão belo, mero viver
no diário acontecer,
acomodando-nos ao conforto do que possamos almejar ou perceber.
Sem indagar o que possa ser verdadeira autoridade no SABER,
Que nos habilita ao vital PENSAR,
Pobre, pobre será nosso pretender ! . . .
Sim, ouço dizer:
Também posso ouvir,
sentir, buscar, gargalhar, divertir-me, brincar, ver
Bailar, amar, ironizar, diplomar-me, competir, correr,
E nisto, resumir meu aprender,
Isto basta simplesmente ao meu viver ! . . .
Contenta-me entretanto e, muito, saber
Ser pleno e principal direito, se o conquistar e o merecer !!! . . .
É claro! . . . claríssimo !!! Isto pode vir a ser,
É são, é bom, é vital, inteligente, é instrutivo acontecer! . . .
Sem com isto não desprezar o ideal de diário conviver e APRENDER ! . . . .A CONFABULAR COM O S E R ! . . . NO AMANHANCER DO L E R ! . . .
Pois o SER, não existe sem a forja do SABER, sem vocabulário expressivo do sentir, do doer, do sorrir, do ver, do interpretar, da necessidade imperiosa de expressar-se bem, do perceber, indagar, perscrutar, o SER é a consciência da lei moral, dos impulsos, instintos, da racionalidade das regras jurídicas a que devo obedecer, que me torna evolutivo consciente cidadão e pessoal contribuinte, preparado na ação cotidiana, testemunhante, humanamente civilizadora. É a imprescindível e insubstituível qualidade, a condição do pensamento crítico, o treinamento na ARTE DE PENSAR, a DIGNIDADE, pilar maior da ambicionada constituição democrático-republicana, a característica, ou propriedade intrínseca que me faz pessoa consciente de circunstâncias, ânsias, deveres, direitos, ideais, posições, preposições, proposições e pretensões políticas e práticas de meus contemporâneos e de mim próprio, definitivamente consciente da necessidade de participação e interdependência coletiva, despertando à consciência do BEM COMUM, que no ato de LER, na leitura disciplinada habitual, intencional, propositada, sobretudo, sem escusas ou desculpas por falta de meios, leitura que nos é generosamente oferecida, posta hoje à nossa disposição, até à farta, pelo pai, ou irmão caritativo Google, (para quem tenha internet, mas o terá sem dúvida e imprescindivelmente em sua escola em breve) que nos socorre, desenvolve, esclarece, aprofunda-nos criteriosa e proficuamente ao conhecermos com legitimidade e discernimento o que for e, ao ficarmos autorizados a meditar pragmática e amorosamente, em precioso silêncio criativo, a dialogar conosco mesmo, com autores e seus livros, na santa intimidade e familiaridade do mesmo mutismo íntimo, sem interferências ou influências perturbadoras e confusas de “apedeutas”, ou inveterados incultos totais, para edificarmos reconfortados com a assimilação de conhecimentos longamente adquiridos ou lucidamente recusados pessoalmente em todos os quadrantes da autêntica percepção, facilitada e estimulada pela leitura perspicaz e respectivas observações, para estruturarmos, aceitarmos o íntimo comando, para atuarmos então criativamente, inspiradoramente em qualquer setor ou faceta das atividades e exigências intelectuais e práticas humanas, elaborando então com personalidade, um pensamento próprio, o produto acabado e sofisticado do PENSAR, uma assinalada consciência a formar conceitos mentais estimulados por neurônios treinados e preparados, esse instrumento cerebral da memória, razão e do discernimento, que a leitura e pesquisa honesta nos autoriza e habilita a usar com naturalidade, sem contudo parecermos petulantes, insolentes, pedantes, atrevidos pretenciosos, arrogantes, mas apenas SERES HUMANOS, dispostos com genuína e generosa vontade, capacidade, esclarecimento, humanidade, autoridade legítima reconhecida, a contribuir à civilização, aos altruísticos ideais republicano-democráticos de estimulante e familiar convivência, Liberdade, igualdade, fraternidade, sem perder o rumo nem o cimo, a humildade e intencionalidade a formar razão transcendente, a tomar uma posição fundamentada, a dar testemunho, a exemplificar, embora eventualmente com necessária veemência, a lutar o “BOM COMBATE”, a ver com naturalidade e bondade o bem a ser preservado e a separar do trigo o joio deletério e imprestável. LER PARA SER!!!