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Publicado: Sábado, 12 de maio de 2012

Na final

Crédito: Divulgação Na final
O Peixe e o Bugre fazem a final de 2012!

Desde que as disputas para obtenção de representantes nacionais para participação na Taça Libertadores começaram, quase todos os clubes que venceram essas competições vieram de capitais de estado. De certa forma, é um tanto fácil para uma equipe de capital de estado se dar bem nesse time de certame: as cidades capitais são onde se encontram a maior concentração de gente, de dinheiro, de poder político e social.

Coincidentemente ou não, duas equipes, ambas do estado de São Paulo, quebraram essa regra: o Guarani FC, de Campinas, em 1978, e o Santos FC, em 1961, 1962, 1963, 1964, 1965, 1968, 2002 e 2004.

Coincidentemente ou não, as duas equipes fazem a finalíssima nesse próximo domingo, do Campeonato Paulista de 2012.

O Santos, que na última quinta-feira, pela Libertadores, atropelou o Bolívar(BOL) por 8X0, venceu a primeira partida da decisão domingo passado, no Cícero Pompeu de Toledo, por 3X0. O Peixe vem na arrancada para marcar época: a última vez que a equipe se sagrou tricampeã foi na década de 1960, ainda na Era Pelé.

Ou seja, amanhã, jovens de todo estado e do país podem testemunhar um feito histórico: a geração de Neymar, Ganso & Cia repetir um feito do lendário Santos de Pelé. Novamente, o Santos entrando no seletíssimo e fechadíssimo grupo das equipes tricampeãs estaduais. Se você tem de 20 a 25 anos, posso lhe garantir que isso não acontece todo dia. Assim como meter 8 ainda que no fraco time do Bolívar numa competição casca-grossa como a Libertadores também não é algo que aconteça frequentemente.

O Santos comemora 100 anos em 2012. Como já publicado nessa coluna (O insólito), apesar da cidade contar com duas outras tradicionalíssima agremiações, a Portuguesa (Santista) e o Jabaquara (antigo Espanha), foi o Santos que caiu no gosto popular e se tornou uma instituição pelas bandas de cá. Mais ainda: se tornou quase que uma referências nacional e internacional na arte de jogar bola. Nada mal para um time cuja sede fica no litoral paulista, em uma cidade não-capital de estado.

Porém, será uma tarefa difícil e inglória. O Guarani tem uma excelente equipe e não está para brincadeira. Tirou das dificuldades gigantescamente cabeludas nesses últimos anos a força para voltar aos trilhos e desenvolver um trabalho que é digno de tirar o chapéu. Um exemplo para muita equipe grande por aí, com melhores condições, mas que vive reclamando da vida, escorando-se na incompetência para justificar resultados miseráveis dentro das quatro linhas.

O Guarani é o exemplo que dinheiro não joga bola, camisa não joga bola, tradição não joga bola, fase não joga bola. O que põe uma equipe na final é o futebol bem jogado, a exemplo dos futebolistas bugrinos, como foi visto ao longo de todo esse Campeonato Paulista. Uma administração no mínimo competente, formando um bom elenco e nas mãos de um bom técnico e o resultado está aí.

Portanto, essa de já ganhou do Peixe só serve para acender os ânimos do Bugre e, quem sabe, levantar a taça às 18 horas de amanhã. Já vi muita coisa nesse tal de futebol e o Guarani enfiar quatro de diferença para cima do Santos e ficar com o caneco não é algo do outro mundo, não.

Enfim, que vença o melhor.

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