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Publicado: Sábado, 5 de maio de 2012

Sobre duas rodas

Crédito: Marcelo Rayel Sobre duas rodas
Ciclovia da Avenida Ana Costa, no Gonzaga

 

Uma cidade que é uma tábua tem lá algumas vantagens...

Uma delas é se dedicar ao pedal sem qualquer tipo de receio ou censura. Vai-se de um lado a outro da ilha sobre duas rodas, e não estamos falando de moto, não.

A bicicleta, além de uma forma de diversão, aqui é meio de transporte. E dos sérios. A prefeitura vem, paulatinamente, ampliando a malha de ciclovias da cidade, de forma a proporcionar meios de circulação e locomoção como alternativa para o tráfego de veículos, que, como em qualquer cidade acima de 300 mil habitantes, chega a ser um troço tremendamente infernal.

Com o estouro imobiliário e da construção civil aqui, um problema se avizinhou: vagas para estacionamento, até mesmo nas famigeradas zonas azuis. O antes era vaga de estacionamento, agora é entrada de carros. Ir de carro ao Gonzaga virou suplício. O drama permanece com os preços praticados pelos estacionamentos.

Ou seja, lá vem a boa e velha magrela salvar o santista como meio de locomoção que ocupa pouco espaço e é ecologicamente correto por não poluir tanto.

Segundo estatísticas, a maior malha cicloviária do Brasil se encontra na cidade do Rio de Janeiro. O único senão fica por conta de que a malha da capital fluminense ainda é mais voltada para o ciclismo como lazer. A prefeitura carioca pretende, em breve, ampliar as vias para bairros da cidade, viabilizando a bicicleta como meio de locomoção. Até mesmo a cidade de Belo Horizonte, uma cidade de montanha, vem abraçando a idéia. Na última vez que estive lá, pude ver uma ciclovia na Prof. Morais, além da já existente na Av. Bandeirantes.

Isso sem contar com os coletivos de ciclistas na cidade de São Paulo e a já famosa Massa Crítica na cidade de Porto Alegre.

Em Santos, as ciclovias são enxergadas como de relevante importância, porque a bicicleta aqui é vista como meio de transporte. Uma maneira de desafogar os congestionamentos em horário de pico e auxiliar na redução de coletivos lotados nesse mesmo horário. A bicicleta, aqui, vem gradativamente sendo vista com a mesma importância dos carros. Uma ciclovia em Santos não é vista como uma forma de lazer. Vai muito além: é enxergada como um veio de locomoção urbana. A bicicleta se torna, assim, um meio de transporte barato, não poluente e saudável para quem o adota.

Tirando o desconforto de pedalar em dias frios e chuvosos, mesmo que a abordagem seja a de melhorar questões de circulação e transporte de seus cidadãos, andar de bicicleta, seja qual for o objetivo, continua sendo uma forma muito prazerosa de se levar os dias. Isso sem contar que se conhece muito melhor uma cidade sobre duas rodas do que fechado dentro de um carro, quando se é possível, ausente os engarrafamentos, desenvolver algum tipo de velocidade razoável em perímetro urbano.

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