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Publicado: Quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Sacolinhas, usar ou não, eis a questão!

 

Atendendo a um pedido muito especial, me coloco a pensar sobre a decisão do não uso de sacolas plásticas nos supermercados.

Até bem pouco tempo atrás as tais sacolinhas eram crucificadas! Foi um tal de ecobag pra lá, ecobag pra cá... eu, que sempre usei sacolinhas para acondicionar lixo e cocô dos cachorros, agia com discrição no supermercado. Vai que alguém me visse sem minha ecobag?! Logo eu, uma "ambientalista"... escrevi um pouco no Aralume sobre essa relação com as sacolinhas, onde tem até um passo-a-passo para fazer o saquinho de jornal (http://aralume.blogspot.com/2011/09/andam-falando-das-tais-sacolinhas.html).

E agora, que a coisa realmente "pegou", não tem mais sacolinha, tem umas pessoas reclamando... ah, quer saber? Isso não me surpreende, porque SEMPRE vai ter alguém reclamando. E essas pessoas SEMPRE vão ter argumentos que, no mínimo, fazem pensar, mas que podem até te fazer mudar de opinião. E, no fim das contas, por piores que sejam os argumentos, por mais diferentes que sejam os pontos de vista, é assim que a gente evolui... toda unanimidade é burra!

Mas vamos lá: o principal argumento que vi é que os saquinhos para frutas e legumes continuam sendo usados... realmente... ontem quando fui no supermercado, ao olhar os tais saquinhos - esses sim eu sempre economizei, pois são umas porcarias e não tem muita utilidade em casa - pensei "é, as mudanças são muito lentas mesmo...".

E tem que ser assim, um passo de cada vez. Eu tenho a tendência de "atropelar" as coisas e venho tentando mudar isso, pois a experiência mostra que enquanto um passo não é assimilado, não adianta querer dar outro. E olha só, exemplo prático do que significa assimilar um passo: na minha visita de ontem ao supermercado não levei sacola e tive que sair equilibrando a meia dúzia de coisas que comprei! Ainda bem que tinha os saquinhos para colocar as cenouras, rs...

Outra coisa que falam é que os estabelecimentos que deveriam dar um jeito de substituir as sacolinhas, adotando embalagens sustentáveis, como as de papel. Eu acho que os consumidores devem sempre exigir seus direitos, mas também tenho um cuidado com o excesso de reivindicações... sempre a "culpa" é do governo, da loja, do patrão. Reclamar é muito fácil! (aliás, meu sonho de trabalho é ser auditora! Ficar só dando pitaco e falando "isso tá errado", "muda tal coisa" e "não gostei, assim não está bom", rs... depois vai embora e espera o relatório!).

Brincadeiras à parte, vamos sim exercitar a reflexão, vamos sim estar atentos às "pegadinhas" que a mídia e o senso comum nos pregam e, justamente por isso, vamos também exercitar a mudança de padrões de comportamento! É um grande desafio e a primeira reação quase sempre é contrária à mudança!

Sou super adepta de atos rebeldes, de greves, de boicotes, de abaixo assinados. Mas, sinceramente, reivindicar a volta de sacolinhas é um retrocesso! Fiquei absurdada quando li a seguinte frase: "Somente com uma grande movimentação popular conseguiremos reaver as sacolinhas nos supermercados". Gente, "grande movimentação popular" para reaver sacolinhas nos supermercados?!?!?! Acorda meu povo!!! Qualquer grande movimentação exige energia; qualquer dispêndio de energia tem um custo... e é com essa causa que você quer gastar sua energia?!

Mesmo que a decisão de tirar as sacolinhas tenha sido equivocada... mesmo que os argumentos contra essa decisão estejam certos... precisa mesmo desse auê?!

O mundo está repleto de causas muito mais importantes do que essa, nem que seja arrumar a sua gaveta de meias! (ou eu que já estou meio de saco cheio, com uma pequena tendência a me alienar do mundo?!)

Resumo da ópera: é preciso treinar a mudança de padrões de comportamento e a priorização do que deve ocupar nosso tempo, espaço, dinheiro e saúde!

Carolina Mathias

Percebendo um turbilhão de emoções ligadas ao assunto, pedi para minha amiga engenheira florestal e instrutora do Método DeRose, Carolina Mathias, que nos abençoasse com sua experiências nas duas áreas.  

Carla Mader

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