Líbia, da crise aos bons Negócios
Os países do Ocidente iniciaram uma intervenção na Líbia para auxiliar os rebeldes que lutam pela queda do regime ditatorial de Muammar Gaddafi, que em setembro completa 42 anos no poder. Os embates já causaram grande destruição no país e computaram milhares de mortos em ofensivas das forças leias ao regime contra a população civil. Nos últimos anos, a Líbia, como outros países do grupo que o ex-presidente George W. Bush chamou de “Eixo do Mal”, sofreu diversas sanções e bloqueios. A França, um dos líderes da intervenção, propõe, em conjunto com a Inglaterra, a retirada dessas sanções para que o país possa se desenvolver.
Para isso, com o apoio do Conselho Nacional de Transição Líbio, estão convocando uma grande conferência internacional envolvendo os países que já estão em contato com o Conselho de Transição e também os BRIC’s, bloco informal de países, que tem por participantes o Brasil, a Rússia, a Índia e a China. Esse grupo congrega os quatro principais países emergentes que estão se posicionando como líderes regionais e que estão agregando cada vez mais poder de barganha para suas negociações internacionais. Incluir os BRIC’s no debate sobre a reconstrução da Líbia pode acrescentar mais credibilidade ao processo, não apenas porque estes estão despontando como economias estáveis nesses tempos de crise, mas também por serem representantes mais próximos da grande maioria dos Estados, diluindo as decisões internacionais das mãos das grandes potências e ex-metrópoles.
O objetivo dessa conferência é organizar forças internacionais para iniciar uma colaboração civil para a reconstrução da Líbia, abrindo espaço para organizações que tenham interesse em prestar serviços ao novo governo líbio na reconstrução do país. Para as empresas brasileiras, há uma oportunidade de negócios que está progressivamente clareando: da construção civil aos bens de consumo, o mercado líbio estará aberto para a entrada de produtos brasileiros.
A queda do regime de Gaddafi é uma questão de tempo. A transição irá demandar serviços em que o Brasil é competitivo. Vale a pena pesquisar as formas de ingresso nesse mercado e preparar-se para isso.
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