Foursquare tem tudo para fazer sucesso no Brasil
Não é novidade que o brasileiro é apaixonado por redes sociais na internet. Pode-se dizer que fomos o primeiro país a receber em massa uma rede social, como aconteceu com o Orkut, lançado em 2004. Outras redes, como o Twitter e o Facebook, demoraram mais tempo para se firmarem aqui, mas uma vez inseridos no gosto popular apresentaram crescimento acelerado. Prova disso é que o Brasil já é o segundo país no mundo com maior número de tuiteiros em relação ao total de pessoas com internet em casa.
Recentemente, surgem com força os serviços de geolocalização, como o Foursquare, o Facebook Places e o Google Latitude. Mais famoso entre eles, o Foursquare, criado em 2009, apresenta elevados níveis de crescimento em número de usuários no mundo, e tudo leva a crer que o fenômeno se repetirá no Brasil em breve. Enquanto o Twitter pergunta ‘o que você está fazendo?’, o Foursquare quer saber “onde você está?”. Cada vez que o usuário acessa o serviço, ele faz um check-in, apontando o local onde ele se encontra. O Foursquare permite que você crie uma rede de amigos, para compartilhar com eles os lugares que você visita, e até mostrar quais desses amigos estão próximos de você, para que você possa encontrá-los na vida real. Além disso, o usuário recebe “badges’, ou medalhas virtuais, para algumas conquistas como, por exemplo, ter visitado muitos lugares diferentes em pouco tempo, ou ter visitado lugares com grande número de pessoas.
O grande diferencial do serviço é que ele foi feito para ser acessado apenas pelo celular, apesar de ser possível também fazer um check-in a partir de um computador. Por enquanto, poucos aparelhos são capazes de suportar o serviço, entre eles o iphone, BlackBerry, Android, Palm e alguns modelos da Nokia, e isso acaba sendo um dos grandes obstáculos para a expansão do serviço no Brasil. Embora já existam mais aparelhos celulares do que habitantes no nosso país, poucos deles estão aptos para receber o Foursquare. Além disso, a rede social depende da internet 3G, serviço que no Brasil ainda é considerado caro.
Na última segunda, dia 24, o Foursquare divulgou dados oficiais em seu blog, mostrando que o número de usuários no mundo ultrapassou a marca de 6 milhões, grande maioria deles nos Estados Unidos e Europa. Segundo a divulgação, a rede teve um crescimento de 3400% ao longo de 2010, e foram realizados mais de 381 milhões de check-ins, sendo um deles feito direto da Estação Espacial Internacional, em parceria com a NASA.
Empresas e agências de publicidade não demoraram em enxergar o poder do Foursquare. Nos Estados Unidos já são comuns ações de marketing que estimulam as pessoas a check-ins em estabelecimentos comerciais em troca de prêmios, bônus ou cupons para sorteios.
Mas o que leva uma pessoa a dizer o tempo todo onde ela está? Questões como essa foram colocadas em debate na última sexta-feira na Campus Party, evento sobre internet e tecnologia realizado em São Paulo. Todos os membros do debate foram enfáticos num mesmo ponto: é preciso usar os sistemas de geolocalização de forma moderada, pois já houve registros de ladrões que usaram o Foursquare para saber quando suas vítimas estavam fora de casa e realizar furtos.
Alguns cuidados importantes devem ser tomados ao participar de qualquer rede de geolocalização, como não adicionar pessoas desconhecidas, não informar o seu paradeiro o tempo todo, e realizar alguns dos check-ins no instante em que você estiver deixando um local, e não chegando nele.
Fato é que os serviços de geolocalização são grandes ferramentas para encontrar amigos e até conhecer novos lugares, como hotéis, bares e restaurantes. Suas possibilidades, assim como as de qualquer rede social, ainda estão sendo exploradas, e há espaço para gente criativa que goste de trabalhar com isso. Para qualquer fã de redes sociais, é mais uma parada obrigatória.