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Publicado: Terça-feira, 14 de julho de 2009

Apagaram-se as lamparinas do turismo de Itu

Crédito: Foto - Raul Machado Carvalho Apagaram-se as lamparinas do turismo de Itu
Quando será reaberto o Museu Republicano ?
Visitei o 4º Salão Brasil de Turismo, realizado no Parque Anhembi, em São Paulo, de 1 a 5 de julho passado, com o objetivo de ver de perto os 87 roteiros preparados pelo Ministério do Turismo.
 
Fiquei impressionado com a organização e com a garra de pessoas de todo o País, defendendo suas cidades, oferecendo material de divulgação do mais alto nível, chamando o público visitante para seus estandes, muitos sorrisos, muita gastronomia, muitas tradições que, por cinco dias, foram vistas por mais de cem mil pessoas.
 
Como a assessoria de comunicação de Itu já havia distribuído nota à imprensa informando da presença do Sr. Prefeito “prestigiando” a abertura do Salão, junto a dezenas de políticos, Ministros, Governador do Estado, Prefeito de São Paulo era de se esperar que Itu participasse dignamente com um estande que permitiria a divulgação dos festejos dos 400 anos para todo o País.
 
Durante horas percorri tudo procurando por Itu e nada. Então fui ao enorme estande da Secretaria de Turismo do Governo do Estado de São Paulo onde estavam presentes dezenas de cidades com seus representantes distribuindo material e enaltecendo as qualidades de cada município. Bem, Itu também não estava lá.
 
Mas, no estande dos roteiros turísticos do Estado de São Paulo, - roteiro das águas, das frutas, das praias do litoral norte etc, certamente estaria Itu, defendendo o seu roteiro dos bandeirantes. Que nada. Nem um papelzinho, nem um folhetinho, nem um folderzinho. Havia esperança, ainda, de Itu estar dentro da divulgação do roteiro “caminho do sol”. Ficou na esperança.
 
O Ministério do Turismo organizou um salão para divulgar, oficialmente, 87 roteiros pelo Brasil. Todos belíssimos. O material produzido pelo Ministério foi de alta qualidade, inclusive a revista Roteiros do Brasil com 120 páginas que foi distribuída aos milhares. Nas páginas dedicadas ao Estado de São Paulo estavam todas as cidades e roteiros mencionados acima e mais uma página inteira para o município de Socorro, apresentando suas atrações. Acho que, em Socorro, deve haver algum Deputado Estadual empenhado com o turismo.
 
Fiquei tão decepcionado com o fato da nossa cidade não participar do Salão que procurei a Secretaria de Turismo de Itu para saber o porquê. Lá fui informado que não deu para Itu participar porque o custo era alto, havia dificuldades de se transportar o material para a capital e que não houve participação da comunidade ligada ao turismo. Mas, pensando nisso, no próprio salão perguntei a representantes da Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo o que era necessário para que uma cidade, dita estância turística, ou não, pudesse participar. E veio a informação: no estande da Secretaria de Turismo, em conjunto com outras cidades, a participação era gratuita – bastava se inscrever, participar de algumas reuniões e levar o material de divulgação e algumas pessoas para distribuí-lo.
 
O pior de tudo é que se perdeu uma oportunidade única de se divulgar em todo o Brasil o IV centenário de Itu, daqui a seis meses. Oportunidade única para o Secretário de Turismo, Osmar Silveira Barbosa montar uma caravana do trade ituano e se reunir com agentes de viagem, operadoras, transportadoras turísticas de todo o país, além da possibilidade de estreitar o relacionamento com o pessoal da Secretaria de Turismo do Estado, do Ministério do Turismo e com representantes de outras cidades participantes dos circuitos turísticos estaduais.
 
Oportunidade única perdida de se mostrar Itu à imprensa nacional que deu cobertura ao evento – jornais, revistas, Internet, televisão etc. O pior é que cidades muito menores que Itu se esforçaram e conquistaram espaço no turismo regional como Santana de Parnaíba, Tietê, Porto Feliz, Águas de São Pedro e muitas outras.
 
Uma pesquisa realizada pela FGV constatou que 74% dos visitantes do evento fizeram, pelo menos, uma viagem no ano passado, mostrando que o público que esteve no Salão é constituído de pessoas com grande potencial de viajar para os destinos expositores.
 
O Salão Roteiros do Brasil foi idealizado para a divulgação dos Roteiros Turísticos Oficiais do Ministério. Se a desculpa for a de que Itu não integra nenhum circuito oficial do Ministério do Turismo é preciso incluí-la já. Impossível não se conseguir incluir o Roteiro dos Bandeirantes pois, sem a saga do bandeirantismo, não teríamos o Brasil gigante de hoje e nem suas atrações turísticas espalhadas por todas as regiões do país.
 
O Ministério do Turismo, por meio do “Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil”, lançado em 2004, apresenta 87 oportunidades para se viajar pela diversidade e pluralidade da cultura, gastronomia e paisagens do Brasil. Ao longo desses anos, o Ministério vem promovendo o desenvolvimento do turismo regionalizado em todo o País e fortalecendo a gestão descentralizada com o objetivo de estruturar, diversificar e qualificar a oferta turística brasileira e efetivar a inserção competitiva do produto turístico no mercado nacional e internacional.
 
Mas de que adianta a oferta oficial se os protagonistas não se empenham em participar? Itu continuará sendo mera coadjuvante, cheia de esperanças, de idéias apaixonadas, pesquisas de base, planos diretores, relatórios e outros sonhos de vermos Itu no cenário profissional do turismo.
 
Depois dessa imensa gafe, a não participação de Itu no mais importante evento do turismo nacional revela a triste realidade: EM ITU, O TURISMO NÃO É PRIORIDADE.
A verdade é que o “trade” turístico de Itu tem que se virar por conta própria. Tem que procurar seu caminho e não depender da ação pública, defender seus interesses e agir de forma independente. Um grande exemplo de sucesso esteve presente no próprio Salão. A cidade de Monte Verde, no sul de Minas, brilhou com um trabalho altamente profissional. Aliás, Monte Verde nem é cidade, é uma vila. É um distrito de Camanducaia, com apenas cinco mil habitantes
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