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Publicado: Terça-feira, 2 de dezembro de 2008

AIDS, Mídias Sociais e Advocacy em Saúde

AIDS, Mídias Sociais e Advocacy em Saúde
De todas as doenças, a Aids é a que ganha disparado quando falamos em Mídia Social e Advocacy em Saúde. Essa rede formada com ares jurídicos e jornalísticos de interatividade no setor da saúde mobilizou o mundo.
 
O Dia Mundial de Luta contra a AIDS já não é mais um dia de divulgação de números, é também um dia para agregar números que representem pessoas com estórias afins, determinantes sociais, terapêuticas, apoio, auto-estima, solidariedade, justiça, cidadania, antipreconceito, prevenção – isso representa o movimento 2.0 que estamos tentando fazer você entender.
 
Não é difícil: eu, uma sanitarista dos velhos tempos, 4.6 turbo com tração nas quatro e excessos laterais para estabilidade nas curvas me vejo rendida a um movimento jovem, 2.0... Venho tentando transformar minha ansiedade e ativismo em interatividade e diferença. Você também consegue!
 
A AIDS representa bem esse mix universal: 33 milhões de pessoas vivem com HIV, 25 milhões já morreram e 12 mil novas infecções acontecem por dia. Diariamente, no Brasil, 68 novos casos são registrados, 340 novas infecções, 107 internações e 30 mortes.
 
O 1º de dezembro, Dia Mundial de Luta Contra a AIDS foi uma decisão da Assembléia Mundial de Saúde, em outubro de 1987, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), para reforçar a solidariedade, a tolerância, a compaixão e a compreensão com as pessoas infectadas pelo HIV/AIDS. No Brasil, a data passou a ser adotada a partir de 1988, este é o seu vigésimo aniversário. O laço vermelho é visto como símbolo de solidariedade e de comprometimento na luta contra a AIDS.
 
Na primeira década da AIDS no Brasil havia um ativismo de urgência, porque as respostas ainda eram vagas, inseguras e insuficientes. Na década seguinte, iniciada na metade dos anos 1990, nasce o ativismo de conquistas, quando a política de acesso universal aos medicamentos tornou-se vitoriosa. Agora o espaço é do ativismo de manutenção, que não deve permitir retrocessos e deve consolidar as redes existentes.
 
O perfil da epidemia no Brasil deve chamar a atenção para a necessidade de adequar nossa resposta às constantes alterações na dinâmica da epidemia.
 
A AIDS só poderá ser vencida com o comprometimento de todos.
 
Informação, cuidado, tratamento, vencer o preconceito e a discriminação são ações que ajudam a controlar a epidemia.
 
Hoje visitei no cyber espaço um pouco de tudo: noticias, blogs, comunidades, ONGs, associações, fóruns – dezenas de pessoas comuns que abriram espaço para que esse tema fosse discutido. A proposta é mostrar que existe espaço para discussão madura, existe modos diferentes de colocar ações em prática, que semelhantes atraem semelhantes e a troca de experiências é tão construtiva quanto uma política de governo.
 
As mídias sociais estão abrindo espaços para conscientização através da defesa da liberdade de orientação sexual com promoção da cidadania, projetos de prevenção/assistência às DST/Aids utilizando-se da linguagem teatral e artística, discussão das prioridades às necessidades sociais básicas vivenciadas, consolidação do licenciamento compulsório de remédios e a solidariedade como meio de ajuda mútua.
 
As ações de advocacy em Saúde (direitos defendidos pela sociedade em busca de um bem comum) possibilitam o empoderamento e o protagonismo da população na conquista de seus direitos, com ajuda de profissionais voluntários que oferecem um trabalho de aconselhamento jurídico e psicológico.
 
O governo federal, em outubro, através do Programa Nacional de DST/Aids lançou um edital de financiamento de projetos destinado a organizações da sociedade civil para o fortalecimento das ações de controle do HIV, Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis (DST).
 
Ainda assim, aproximadamente 43% dos pacientes chegam tardiamente aos serviços de saúde e não se beneficiam totalmente dos tratamentos - falta, portanto maior participação de todos em movimentos consoantes com essa epidemia avassaladora e as formas de combatê-la.
 
Navegue livremente – aprenda que interagir é a resposta do futuro! Nada é tão assustador quando descobrimos que não estamos sozinhos. Nem uma epidemia como a AIDS...
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