Cinema

Publicado: Segunda-feira, 2 de março de 2015

"House of Cards" retorna em alto nível, mas peca em alguns pontos

Terceira temporada da série já está disponível na Netflix.

"House of Cards" retorna em alto nível, mas peca em alguns pontos
Terceira temporada de "House of Cards" acaba sendo uma grande discussão de relacionamento entre Frank e Claire

Por André Roedel

Como faz normalmente, a Netflix disponibilizou de uma vez só todos os episódios da terceira temporada de “House of Cards”, sua mais badalada produção original. O lançamento ocorreu na sexta-feira, dia 27 de fevereiro, e eu já vi tudo. Sim, a série é tão incrível que tive de assistir de uma vez só. Apesar do alto nível de sempre e das atuações espetaculares de Kevin Spacey e Robin Wright, essa não foi a melhor das temporadas. Atenção: os parágrafos abaixo podem conter spoilers!

Mas qual o motivo? A série teve uma mudança no ritmo nesta temporada, já que Frank Underwood finalmente conseguiu seu maior objetivo: a presidência dos EUA. Com o poder nas mãos, o terceiro ano de “House of Cards” foi centrado em como o personagem utiliza todo essa força – além de se preparar para as Eleições de 2016. Com isso, a manipulação e tramóias vistas anteriormente deram lugar a discussões sobre política externa e interna que tiraram um pouco do brilho da série.

A terceira temporada também foi uma verdadeira discussão de relacionamento entre Frank e Claire. Insatisfeita por ter sido deixada de “escanteio”, a primeira-dama frequentemente discute e discorda do presidente, não lembrando a mulher forte que o apoiava em todo o tipo de situação – todo tipo mesmo, inclusive quando isso significava assassinatos ou traições.

Mesmo assim, esta nova temporada trouxe gratas surpresas que certamente farão a diferença no ano que vem. Uma delas é o presidente russo Viktor Petrov (Lars Mikkelsen), que antagoniza com Underwood em relação a uma ocupação de paz no Oriente Médio. As discussões entre eles são muito interessantes e poderão evoluir no futuro.

Outro personagem que também deverá ter importante participação na quarta temporada é o escritor Tom Yates (Paul Sparks). Contratado para escrever um livro sobre o projeto de empregabilidade de Underwood – o American Works –, ele acaba criando um estranho relacionamento com o presidente, além de acabar interferindo em seu casamento com Claire.

Mas quem rouba a cena mesmo é Michael Kelly. Novamente interpretando o chefe de gabinete e leal escudeiro de Underwood, Doug Stamper, ele mostra que é importantíssimo para a dinâmica de “House of Cards”. Tanto que quando acaba sendo subaproveitado, o capítulo não é dos melhores. Certamente será vital na quarta temporada da série.

Apesar de pecar em alguns pontos já citados e não ser a melhor temporada das três – título que pertence à segunda –, “House of Cards” voltou com toda a força e já pode ser considerada uma das melhores série de todos os tempos. Mesmo que você despreze a política e, principalmente, os políticos, irá se encantar com as grandiosas atuações e a caprichada produção da obra.

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