"House of Cards" retorna em alto nível, mas peca em alguns pontos
Terceira temporada da série já está disponível na Netflix.
André RoedelPor André Roedel
Como faz normalmente, a Netflix disponibilizou de uma vez só todos os episódios da terceira temporada de “House of Cards”, sua mais badalada produção original. O lançamento ocorreu na sexta-feira, dia 27 de fevereiro, e eu já vi tudo. Sim, a série é tão incrível que tive de assistir de uma vez só. Apesar do alto nível de sempre e das atuações espetaculares de Kevin Spacey e Robin Wright, essa não foi a melhor das temporadas. Atenção: os parágrafos abaixo podem conter spoilers!
Mas qual o motivo? A série teve uma mudança no ritmo nesta temporada, já que Frank Underwood finalmente conseguiu seu maior objetivo: a presidência dos EUA. Com o poder nas mãos, o terceiro ano de “House of Cards” foi centrado em como o personagem utiliza todo essa força – além de se preparar para as Eleições de 2016. Com isso, a manipulação e tramóias vistas anteriormente deram lugar a discussões sobre política externa e interna que tiraram um pouco do brilho da série.
A terceira temporada também foi uma verdadeira discussão de relacionamento entre Frank e Claire. Insatisfeita por ter sido deixada de “escanteio”, a primeira-dama frequentemente discute e discorda do presidente, não lembrando a mulher forte que o apoiava em todo o tipo de situação – todo tipo mesmo, inclusive quando isso significava assassinatos ou traições.
Mesmo assim, esta nova temporada trouxe gratas surpresas que certamente farão a diferença no ano que vem. Uma delas é o presidente russo Viktor Petrov (Lars Mikkelsen), que antagoniza com Underwood em relação a uma ocupação de paz no Oriente Médio. As discussões entre eles são muito interessantes e poderão evoluir no futuro.
Outro personagem que também deverá ter importante participação na quarta temporada é o escritor Tom Yates (Paul Sparks). Contratado para escrever um livro sobre o projeto de empregabilidade de Underwood – o American Works –, ele acaba criando um estranho relacionamento com o presidente, além de acabar interferindo em seu casamento com Claire.
Mas quem rouba a cena mesmo é Michael Kelly. Novamente interpretando o chefe de gabinete e leal escudeiro de Underwood, Doug Stamper, ele mostra que é importantíssimo para a dinâmica de “House of Cards”. Tanto que quando acaba sendo subaproveitado, o capítulo não é dos melhores. Certamente será vital na quarta temporada da série.
Apesar de pecar em alguns pontos já citados e não ser a melhor temporada das três – título que pertence à segunda –, “House of Cards” voltou com toda a força e já pode ser considerada uma das melhores série de todos os tempos. Mesmo que você despreze a política e, principalmente, os políticos, irá se encantar com as grandiosas atuações e a caprichada produção da obra.