Cinema

Publicado: Sexta-feira, 3 de abril de 2009

Curta-metragem sobre Simonton é filmado em Itu

O cenário escolhido é a Fazenda Limoeiro da Concórdia.

O curta-metragem “O Diário de Simonton”, uma reconstituição da época de 1852 a 1866, está sendo rodado durante essa semana, na Fazenda Limoeiro da Concórdia, local de preservação histórica e proteção ambiental, situada em Itu. Devido à grandiosidade do projeto um parque tecnológico será deslocado para o antigo casarão da sede cafeeira, que retrata com fidelidade a narrativa.
 
Nesta produção “O Diário de Simonton” é mais uma vez aberto e revela momentos de grande superação humana escritos pelo missionário norte-americano, que perde a esposa após o parto de sua única filha. Mas, as conquistas de Simonton, por meio de seu trabalho no país, transpõem sua origem e a partir daí nasce um importante elo de integração entre Brasil e Estados Unidos. Estes elementos fizeram com que a produção desenvolvesse um contexto de alto nível tecnológico e artístico para as filmagens.
 
No elenco do filme destacam-se atores com presença em miniséries de TV e filmes recentes do circuito nacional e peças teatrais, como Guta Ruiz (HBO), Dionísio Neto (filme Carandiru) e Sérgio Guizé (novela o Caminho das Índias-Rede Globo).
 
Esta ficção tem a participação dos diretores Jader Gudin, estreante com “Dois Aquários” e Joel Yamaji (A Ira), reconhecido cineasta na área educacional – (Eca/USP), responsável pela formação de profissionais do cinema desde os anos 1980, em São Paulo. Yamaji, que também assina como roteirista, conta que ao escrever esta história procurou extrair temas universais a partir da trajetória do personagem. “Na linguagem do filme busquei trazer um diálogo com referências nas histórias do cinema de Carl Dreyer (A Paixão de Joana D’Arc), Robert Bresson (O Batedor de Carteiras), Andrei Tarkovski (O Espelho), Ingmar Bergman (Persona) e Pasolini (Édipo Rei). Estes autores cultivaram uma estética vinculada a questões de ordem existencial e espiritual do homem contemporâneo, e é essa alma que eu quero dar ao filme”, comenta Yamaji.
 
Para o diretor, Jader Gudin, a concepção e caracterização dos personagens remetem aos clássicos do western americano do século XIX, e o western italiano. “As cores do curta foram inspiradas nos pintores impressionistas e a trilha, originada das músicas com função narrativa, compostas nos filmes de Sérgio Leone, musicados por Enio Morriconi”, esclarece Gudin.
 
Os diretores convidaram o experiente diretor de fotografia Alziro Barbosa para traduzir no filme toda a imaginação e inspiração de “O Diário de Simonton”. Com formação no Instituto Estatal de Cinema da Rússia, sua “pintura com luzes” circula o mundo e recentemente foi premiada no Festival de Gramado (Serras da Desordem).
 
Segundo o produtor Fábio de Almeida, este filme é uma ação que se diferencia por aliar recursos institucionais junto com a produção cinematográfica de arte. E diz, que a experiência desenvolvida no projeto e a sofisticação dos recursos artísticos já agregados colocam a produção pronta para cogitar um longa-metragem de “O Diário de Simonton”.
Comentários