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Publicado: Terça-feira, 17 de agosto de 2010

Vinícius reparado

Vinícius reparado
Detestava gravatas, mas amava a vida.

Nada melhor para marcar os trinta anos de falecimento de Vinícius de Moraes do que o ato de reparação proporcionado pelo Itamaraty. Cassado do cargo de diplomata pelo regime militar em 1969, o poeta recebeu uma promoção póstuma ao cargo de Ministro de primeira classe, equivalente a embaixador.

Uma cerimônia foi realizada pelo Governo Federal, contando inclusive com a presença do Presidente da República. Parentes de Vinícius também participaram dessa grande homenagem a esse que ainda é um dos principais ícones da poesia e da música popular brasileira.

Nascido em 1913, Vinícius recebeu toda a educação formal da época. Tornando-se diplomata, sempre pautou seu trabalho com base em algo que para ele era fundamental: viver o amor. Não era raro pedir transferência das embaixadas onde servia no exterior, com o objetivo de ficar mais perto da mulher amada da vez.

Vinícius teve tantas paixões quantas poesias. Parece até que escreveu cada poema, cada canção, pensando em uma musa diferente. Antes de tudo, era um defensor da liberdade, do direito individual de levar a vida conforme a própria consciência. Por causa disso, alguns o chamam de libertário. Eu prefiro chamá-lo de inteligente.

“Detesto tudo o que oprime o homem, inclusive a gravata”, dizia o poetinha. Para reparar a opressão que sofreu durante as páginas de chumbo da história brasileira, nada melhor do que continuar lendo e cantando Vinícius. Relembrar cada verso, cada canção, será sempre a melhor homenagem. Ainda mais se acompanhado da própria musa.

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